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1957: Soldados protegem alunos negros nos EUA

Publicado 25 de setembro de 2013Última atualização 25 de setembro de 2020

Em 25 de setembro de 1957, o presidente dos Estados Unidos, Dwight Eisenhower, ordenou que soldados fossem a Little Rock, no estado do Arkansas, para proteger nove alunos negros.

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State Capitol, em Litle Rock
State Capitol, em Litle RockFoto: CC 2.0 by jglazer75

Washington queria impor a decisão tomada por um tribunal de acabar com a discriminação racial nos estabelecimentos de ensino americanos. Em 1954, a Corte Suprema dos Estados Unidos sentenciara o fim da discriminação racial nos colégios. Nos anos seguintes, as cortes continuaram expedindo sentenças para acabar com a discriminação racial em repartições públicas e nos transportes coletivos.

Estados conservadores

Entretanto, alguns estados do sul, mais conservadores, não seguiram a nova determinação e vinham impedindo o acesso de alunos negros às aulas. Em setembro de 1957, o governador Orval Faubus, do Arkansas, ordenou aos soldados da Guarda Nacional que impedissem a entrada de nove alunos negros na High School de Little Rock.

Depois de casos de agressão entre pais e alunos brancos e negros na capital do Arkansas, o presidente Dwight Eisenhower ordenou, em 25 de setembro de 1957, o envio de uma divisão a Little Rock. Eles receberam a missão de restabelecer a ordem na cidade e escoltar os nove estudantes até sua escola.

Enquanto isso, prosseguiu a pressão dos movimentos negros em defesa dos direitos civis. Tal pressão levou o Congresso dos Estados Unidos a aprovar, em 1957, uma nova lei de direitos civis e a criar uma comissão para examinar a proibição de voto aos negros e garantir-lhes igualdade de tratamento.

Discriminação racial na universidade

Um caso semelhante ao do Arkansas aconteceu em setembro de 1962, no Mississippi, quando o então presidente americano John Kennedy precisou enviar 750 soldados da Guarda Nacional. Tratava-se de uma desordem pública - no caso, protagonizada pelo governador daquele estado, Ross Barnett, que tentava impedir a entrada do negro James Meredith na Universidade de Mississipi, reduto de brancos. Meredith, de 29 anos, era o primeiro aluno negro daquele estabelecimento de ensino.

Em Arkansas, a violência se restringiu à atitude racista e deixou um ferido. Já no Mississipi, duas pessoas morreram e mais de 150 ficaram feridas no confronto entre brancos racistas e policiais encarregados de proteger o aluno negro.

Tropas federais permaneceram no campus até a graduação de Meredith em ciências políticas em 1963, mesmo ano em que Martin Luther King pronunciou seu famoso discurso "Eu tenho um sonho". O governador Barnett, vencido, fez uma declaração pelo rádio, na qual afirmou, arrogante: "Nunca vamos nos render."