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6 de outubro de 1948

No dia 6 de outubro de 1948, foi terminado a tempo para seu lançamento no Salão do Automóvel de Paris, que abriria no dia seguinte, um carro econômico, produzido de forma até espartana.

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O Citroën 2cv é, até hoje, objeto de culto em todo o mundoFoto: dpa

Muitos não esconderam sua surpresa em relação ao Citroën de 2 cavalos, lançado no Salão do Automóvel de Paris em 1948. "Então é essa a resposta francesa ao carro popular da Volkswagen?", reagiu desanimado o presidente francês Vincent Auriol.

Outros, mais debochados, iam logo perguntando se o carro (considerado muito feio) vinha com abridor de lata. Logo espalhou-se a piada de que se tratava de quatro rodas cobertas por um guarda-chuva.

Sem preocupação estética

Na realidade, os idealizadores do automóvel não se preocuparam com sua estética. Pensou-se em oferecer uma "viatura" prática e o mais barata possível. O veículo já havia sido criado em 1935, e até 1939 haviam sido produzidos 250 modelos, guardados a sete chaves.

Com a Segunda Guerra Mundial e a ocupação pela Alemanha, seus fabricantes destruíram todos os protótipos, exceto um, para não deixar a novidade cair nas mãos da concorrência.

Em 1935, o presidente da Citroën, Pierre-Jules Boulanger, ditara a seguinte missão à sua equipe de engenheiros: ele queria um veículo "popular, prático e resistente, que pudesse ser manobrado por dois agricultores de tamancos transportando 50 quilos de batatas ou um pequeno barril, andasse a uma velocidade média de 60 km/h e fizesse 20 quilômetros por litro de combustível".

Marketing bem-sucedido

Apesar da grande procura logo depois do seu lançamento, a Citroën seguiu uma estratégia de marketing nas vendas. Em vez de abarrotar o mercado com o 2cv, foi feita uma lista de interessados e as primeiras séries foram vendidas como raridades. Para dezenas de milhares de famílias no pós-guerra, seu preço baixo possibilitou a realização do sonho do carro próprio.

Em vez das três marchas do protótipo de 1939, o sucessor, "2cv modelo A", tinha quatro marchas; dois faróis em vez de um; o motor era refrigerado a ar, em vez de água; a partida não era mais à manivela e os bancos ainda pareciam de jardim, mas não eram mais pendurados no teto.

Um aspecto curioso é que os limpadores de para-brisa funcionavam conforme a rotação do motor. Na subida de uma montanha, em caso de chuva, ficavam tão lentos que era preciso operá-los à mão.

Símbolo nacional

O 2cv tornou-se um símbolo nacional da França, assim como a Torre Eiffel, o baguete e Brigitte Bardot. Também na Alemanha, o "pato" – como foi apelidado e ainda hoje é conhecido no país – durante muito tempo foi o carro dos estudantes e, ao mesmo tempo, objeto de culto.

Sua produção foi encerrada em 1990, aumentando mais ainda seu valor como objeto de colecionador. Hoje, há Deux Cheveaux Clubs em quase todo o mundo.