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145 mil deixaram a Alemanha em 2005

Insa Wrede (av)7 de julho de 2006

Há 50 anos não era registrada uma taxa de emigração tão elevada no país. Falta de perspectivas profissionais na Alemanha e melhores salários no exterior são as causas principais. Sistema social está ameaçado.

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Aeroporto, o caminho da Alemanha?Foto: dpa

Em 2005 145 mil alemães deixaram seu país natal, um recorde em relação aos últimos 50 anos. Como nos anos anteriores, o número dos que entraram no país ainda foi superior em 79 mil ao dos emigrantes. Porém a margem tende a diminuir, revelou o Departamento Federal de Estatística nesta quinta-feira (06/07).

Uma tendência preocupante, já que a população alemã está cada vez mais idosa. O resultado é que há cada vez menos profissionalmente ativos para financiar as aposentadorias. E o atual superávit não basta para compensar a desproporção.

Klaus Nade, especialista em migração da Universidade de Osnabrück, analisa: "O que já está claro é que nossas projeções dos últimos anos, de 100 mil a 150 mil imigrantes por ano, não se concretizaram. Este seria o número necessário para amortecer um pouco a tendência demográfica em favor do sistema social".

Equação absurda

Porém o aspecto numérico não é o único a ser considerado, o nível de formação é também essencial: "Simultâneo ao êxodo de mão-de-obra de ponta, temos o recuo da imigração dessa mesma mão-de-obra. Isso significa naturalmente uma perda de força inovadora".

E, no entanto, inovação é vital para uma sociedade altamente tecnológica como a alemã. Simone Eick, diretora científica do Museu da Emigração de Bremerhaven, expõe os motivos que impelem os alemães a deixar o país e dificultam a imigração.

"Trata-se simplesmente de uma questão das chances que são oferecidas, e se a pessoa é levada a sério. Aqui, isso só ocorre a partir de uma determinada idade. Por outro lado, ninguém com mais de 50 anos de idade consegue emprego. É tudo meio absurdo."

Correção gradativa

Quer se deva à falta de perspectivas na terra natal, quer aos melhores salários no estrangeiro: cada vez mais pesquisadores, médicos, cientistas, especialistas em informática e técnicos trocam a Alemanha por países onde são em geral recebidos de braços abertos.

Por exemplo: a Austrália organizou em 2005 uma verdadeira bolsa de empregos no consulado de Hamburgo, a fim de atrair profissonais especializados. Klaus Bade não acredita que o chamado do estrangeiro vá se calar tão cedo no mercado de trabalho alemão.

"A tendência não deverá dimimuir, pelo menos a médio prazo. Não posso imaginar uma mudança de direção abrupta no mercado de trabalho da RFA, será um lento processo de transição", comenta o professor.