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Ébola: Autoridades da Zambézia em alerta

5 de agosto de 2019

Apesar de Moçambique não constar na lista de países em alto risco, as autoridades sanitárias do país estão a monitorar a evolução da epidemia de ébola nos países vizinhos. Fronteira com o Malwai foi reforçada.

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Autoridades da saúde reunidas em Quelimane para medidas de controlo do ébola na fronteiraFoto: DW/M. Mueia

As autoridades da saúde na Zambézia, no centro de Moçambique, negam haver perigo, mas admitem que a província está em alerta para responder a eventuais casos de ébola. E dizem ter instalado desde o final da semana passada duas equipas na fronteira com Malawi para controlar migrantes ou detetar e tratar preventivamente casos suspeitos.

Apesar de Moçambique não constar na lista de países em alto risco, as autoridades sanitárias do país estão a monitorar a evolução da epidemia nos países vizinhos. Por isso, segundo o diretor provincial da saúde na Zambézia, Hidayat Kassim, as equipas de controlo foram posicionadas na região de Morrumbala e Milange, dois distritos que fazem fronteira com a República do Malawi, onde há casos suspeitos da doença.

"Já recebemos este alerta por parte do Ministério da Saúde. As orientações que temos é rastrear todos as pessoas que entram [em Moçambique] e vermos se teve alguma febre ou contato com alguma pessoa que esteve na República Democrática do Congo ou se passou por aquele país", refere o diretor.

Ébola: Autoridades da Zambézia em alerta para eventuais casos

Sem casos registados

Kassim explica ainda que, consoante este rastreio, poderá determinar se há ou não há riscos. E acrescenta que se houver algum caso suspeito, o paciente será isolado em quarentena até que esteja fora de perigo. 

Entretanto, segundo Hydayat até o último domingo (04.08) teriam sido rastreadas 113 pessoas na fronteira do Milange, mas sem suspeitas da doença. "Neste momento não temos nenhum caso suspeito ao nível da província da Zambézia, mas vamos reforçar a vigilância", ressalta.

Para o diretor provincial da saúde na Zambézia, "por ser o ébola uma doença caracterizada por febres, vómitos e hemorragias, é fatal e muito perigosa".

Epidemia na RDC

O reforço das medidas para conter o surto de ébola por parte das autoridades moçambicanas surge na sequência da situação na Republica Democrática de Congo (RDC), onde o surto já causou a morte de 1.813 pessoas dos cerca de 2.701 casos registados, segundo informações veiculadas por várias agencias noticiosas.

Mosambik Queliame Ebola Estefanio Luís
Estefánio Luis, residente em QuelimaneFoto: DW/M. Mueia

Por outro lado, o Conselho de Segurança das Nações Unidas voltou a manifestar na última sexta-feira (02.08) "profunda preocupação" com o surto na RDC e sublinhou "a necessidade de uma resposta urgente" de combate à doença. 

Em julho, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que o surto epidémico de ébola naquele país tinha-se tornado uma emergência de saúde internacional.

Alguns residentes da província da Zambézia dizem que têm conhecimento da doença e temem o perigo que o ébola representa para as populações. Estefánio Luis faz um apelo às autoridades: "como munícipe de Quelimane, gostaria que o Governo controlasse a fronteira e nós, como cidadãos, temos de ficar em alerta para informar as autoridades em caso de qualquer sinal desta doença".

Outro residente em Quelimane, Siloi Ismael, também espera que o Governo esteja atento a possíveis casos de ébola em Moçambique, pois "a doença é muito perigosa e pode matar".

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