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Zambézia: Habitação e desemprego preocupam jovens

7 de junho de 2018

Jovens da província da Zambézia dizem enfrentar dificuldades para arranjar emprego na função pública e construir casa. Há programas do Governo de atribuição de lotes de construção a jovens, mas processos são lentos.

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[Foto ilustrativa] Desemprego jovem ronda os 13%, na província da Zambézia.Foto: DW/M. Mueia

As dificuldades dos jovens são muitas e variadas, a começar pelo desemprego. Eles dizem que é muito difícil arranjar emprego na província. O desemprego jovem situa-se nos 13%, segundo os últimos dados estatísticos da direção provincial de trabalho da Zambézia. Os jovens criticam as autoridades locais por irem buscar cidadãos de outras províncias para ocupar lugares na função pública.

Emprego só para alguns?

Sumaila Sumila, residente do distrito de Namacura, deu voz a essas críticas num encontro recente do Conselho Provincial da Juventude. O jovem defende que a sua província tem jovens com habilitações suficientes, mas as oportunidades são dadas a outros.
"Alguns chefes e dirigentes trazem os seus irmãos, sobrinhos e até cunhados para ocuparem espaços na função pública e os filhos de casa nada. Esse caso deve ser verificado com máxima urgência", apela Sumaila Sumila.

Symbolbild Südafrikas Wirtschaft - niedriges Wachstum
[Foto ilustrativa] Jovens queixam-se de esperar anos por talhão para construçãoFoto: Imago/Arcaid Images

Para o diretor provincial da Juventude, Beato Dias, estas são acusações absurdas e não deviam preocupar os jovens.

"Qualquer moçambicano pode trabalhar em qualquer parte deste país. Não há nenhum local reservado a naturais. O nosso Governo prima pela unidade nacional. Não há nenhum local em que tem há essa questão de "localismo", tribalismo. O nosso governo não encoraja este tipo de coisas", defende-se Beato Dias.

À espera de resposta para habitação

Outra dificuldade dos jovens é construir casa. O Governo provincial diz que, desde 2011, já foram distribuídos mil terrenos a jovens de todos os distritos da província da Zambézia. Mas vários jovens afirmam que não foram contemplados com qualquer lote.

Zambézia: Habitação e desemprego preocupam jovens

Frederico Eusébio é um desses casos. Mora no distrito de Gurué e espera há quatro anos que as autoridades lhe deem uma resposta, para saber onde pode construir a sua habitação.

"No distrito de Gurué, temos uma zona muito grande, que foi identificada para a atribuição de lotes de construção. Mas, de 2014 até então, não temos nenhuma resposta satisfatória. Quando vamos aos serviços distritais de Juventude dizem para nos dirigirmos às Infraestruturas. Nas Infraestruturas dizem o processo está na Agricultura e na Agricultura dizem que o processo está nos serviços distritais!"

Processo lento

No fim de semana, cerca de 70 jovens do Conselho Provincial da Juventude estiveram frente-a-frente com as autoridades e quiseram saber até que ponto a província está a cumprir com a obrigação de facilitar a habitação aos jovens, como deliberou o Governo central moçambicano há sete anos.

Estêvão José Neves, Presidente do Conselho Provincial da Juventude da Zambézia reconhece que a "ação é lenta".

Mosambik Gebäude Direktion für Landwirtschaft in Zambezia
Instituições do Governo empurram entre elas a responsabilidade da atribuição de lotesFoto: DW/M. Mueia

"Temos alguns distritos que estão a implementar esta política da juventude, já foram cedidos muitos talhões, mas pouco está sendo feito no processo de construção. Há a necessidade de se fazer uma análise sobre o que está falhar quando o jovem adquire um talhão. Por outras vias, é fácil construir, mas quando é cedido pelo Governo, dificilmente construímos."

O diretor provincial da Juventude, Beato Dias, reconhece que há problemas no processo mas garante que vai tentar resolver o problema
" Uma das dificuldades que o distrito tem tido é atribuição de DUATs (Direito de Uso e Aproveitamento de Terra), isto acarreta um certo processo e custos. Os jovens recebem os talhões e ficam muito tempo sem ocupar. Gurué é um dos distritos com estes problemas. O município atual ignorou aquilo que tinha sido planificado antes", disse à DW. 

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