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Raiva continua a matar crianças em Angola

Lusa
8 de abril de 2018

O diretor do Hospital Pediátrico David Bernardino, em Luanda, considera inaceitável que crianças continuem a morrer em Angola infetadas pelo vírus da raiva, doença que no ano passado matou 27 pessoas naquela unidade.

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Foto: Facebook/Cristine Sardella

"Não deviam falecer em Angola crianças por raiva", disse Francisco Domingos, em declarações à imprensa no final de uma visita na sexta-feira (06.04) ao Hospital Pediátrico David Bernardino, na capital angolana, por deputados da oitava comissão, de Família, Infância e Ação Social, da Assembleia Nacional.

Segundo o responsável, este ano o hospital registou já duas mortes por raiva, problema que considerou preocupante e merecedor de um controlo por parte das autoridades.

"O problema não se pode ver apenas pelo lado dos hospitais. Não tem que ver só com humanos, mas também com os caninos e outros seres que contraem a raiva", alertou o médico.

"Tem que haver um controlo dos caninos que circulam, tem que haver vacinação periódica, para que não nos preocupemos com a vacina para o humano", acrescentou.

Raiva é 100% letal

Francisco Domingos sublinhou ainda que "tem que haver um grande esforço", recordando que há alguns anos, em 2009, quando Luanda registou um surto de raiva que causou mais de 100 mortes, foi criada uma comissão multissetorial pelo então Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, para travar este problema.

Segundo o médico, a raiva "é muito grave, porque é letal a 100%".

A raiva é uma doença totalmente prevenível e, embora seja de origem animal, o maior impacto é nos humanos, devido às mordeduras. 

A capital angolana enfrentou em 2016 um novo surto de raiva, que até ao início de dezembro daquele ano tinha já provocado 91 óbitos, segundo dados obtidos pela Lusa junto das autoridades sanitárias.