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Tropas francesas avançam e africanos pedem mais apoio para missão no Mali

Oliveira de Sousa, Gloria Sofia21 de janeiro de 2013

Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) pede apoio de países ocidentais e da ONU ao Mali. Berlim anuncia ajuda humanitária a refugiados e envio de profissionais para treinamento de tropas africanas.

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As tropas francesas no Mali avançaram mais em direção ao norte do país. Unidades assumiram neste domingo (20.01) o controle das cidades Niono, no oeste, e Sévaré, no leste, segundo um porta-voz da "Operação Serval".

Paris pediu à Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) que assuma rapidamente a liderança da campanha contra os islamitas, enquanto os líderes da organização, reunidos em cúpula especial, pediram apoio logístico e financeiro. 

Além de tropas em Niono e Sévaré, a França também estacionou unidades em uma ponte sobre o Níger, em Markala. Sévaré fica no lado oriental do Níger, no caminho para Konna, onde aconteceram pesados combates na última semana. Niono fica localizada várias centenas de quilómetros a oeste, no caminho para a Diabali, de onde os islâmicos se retiraram no sábado (19.01). Várias fontes relataram uma retirada dos extremistas de outras partes da região central, em direção a Kidal, no norte.

Paris quer passar comando a tropas africanas

Cerca de 2 mil soldados franceses estão no Mali participando da Operação Serval, iniciada em 11.01, incluindo um número indeterminado de unidades de elite. Além disso, uma dúzia de aviões de combate e helicópteros franceses participam da missão. Mais helicópteros chegaram a Bamako neste fim de semana.

Paris deixou claro no sábado que quer rapidamente fazer a passagem da liderança da missão para os africanos. O ministro do Exterior, Laurent Fabius, disse na cúpula em Abidjan que a meta é que a tropa da CEDEAO entre em operação "assim que possível". Ao mesmo tempo, o presidente francês, François Hollande, reiterou que seu país vai permanecer o tempo necessário no Mali a fim de "derrotar o terrorismo".

Africanos pedem apoio

O atual presidente da CEDEAO, o presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, pediu, na abertura da cúpula, "maior envolvimento das grandes potências". Na declaração final, a comunidade pediu para que seus membros ponham seus contingentes à disposição "sem demora". Ele também apelou às Nações Unidas para que forneçam de imediato apoio logístico e financeiro para a força-tarefa.

A missão internacional tem como meta ajudar o exército maliano a retomar o norte do país, controlado desde abril por grupos fundamentalistas islâmicos. Os primeiros 2 mil soldados da força-tarefa devem chegar à capital, Bamako, até 26.01. No domingo, no entanto, havia apenas uma centena de soldados na região. A longo prazo, a missão deverá incluir 5.800 soldados.

Alemanha promete ajuda financeira

A Alemanha vai propor ajuda financeira suplementar aos países africanos envolvidos na operação militar no Mali durante a reunião de doadores prevista para 29.01, em Addis Abeba, na Etiópia. "As tropas africanas precisam de apoio financeiro. Na conferência de doadores de Addis Abeba no final do mês, a Alemanha vai assumir as suas responsabilidades", afirmou o ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, num artigo publicado no jornal Bild am Sonntag.

A Alemanha, que tem manifestado apoio à França na sua intervenção no Mali, enviou na quinta-feira (17.01) à noite dois aviões de transporte Transall para apoio logístico à CEDEAO. Além dos aviões, Berlim anunciou ainda ajuda humanitária de um milhão de euros destinada aos refugiados nos países vizinhos do Mali, assim como o envio de profissionais para treinamento das tropas africanas.

Também é esperado apoio logístico da Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Grã-Bretanha, Canadá e EUA. No domingo, a Rússia anunciou que também irá fornecer aeronaves.

MD/afp/lusa
Áudio: Glória Sousa
Edição: Soraia Vilela/Renate Krieger