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Terceiro rapto em Moçambique em menos de uma semana

Lusa | ms
16 de abril de 2021

Um empresário do ramo do entretenimento foi raptado na noite de quinta-feira na cidade de Quelimane, na província da Zambézia, centro de Moçambique, por um grupo de cinco homens armados. É o terceiro caso em cinco dias.

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Rua de QuelimaneFoto: DW/M. Mueia

O porta-voz da polícia na província, Sidner Lonzo, disse à agência de notícias Lusa que o empresário Michael Umeshkumar Chandular foi levado à força de um restaurante onde se encontrava sentado com amigos, às 19:05 locais. 

"Logo de seguida ao rapto, tivemos a informação, iniciámos uma revista a viaturas na cidade e patrulhas no único ponto de entrada e saída rodoviário e ativámos também a polícia fluvial, para vigiar os barcos que saem da cidade", adiantou.

O porta-voz da polícia na província da Zambézia assinalou que é o primeiro rapto "de que há memória na história da cidade", que, por se pequena e ter apenas um ponto de entrada e saída por via rodoviária "não é muito apetecível para a criminalidade violenta".

Michael Umeshkumar Chandular é muito conhecido na cidade de Quelimane no mundo da promoção de espetáculos e é também proprietário de uma "botle store", como são conhecidos em Moçambique as lojas de venda de bebidas alcoólicas.

Moçambique: Empresários da Beira protestam contra raptos

Terceiro caso em cinco dias

Chandular é a terceira vítima de rapto em menos de uma semana em Moçambique, depois de no domingo (11.04) ter sido raptado um empresário de nacionalidade indiana, numa das avenidas da capital Maputo.

Uma mulher, 49 anos, com nacionalidade portuguesa, também foi raptada à saída do Consulado Geral de Portugal, em Maputo, na terça-feira (13.04).

No ano passado, as autoridades moçambicanas registaram mais de 10 raptos, cujas vítimas são empresários ou seus familiares. 

Segundo o presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma, os raptos de empresários ou dos seus familiares são um travão ao investimento no país, apontando a impunidade como um estímulo a estes crimes.

"Esta mão humana [por detrás dos raptos] que é contra o desenvolvimento semeia terror e dor, luto e cria desinvestimento, dá uma imagem de um Moçambique instável", declarou Vuma, em entrevista à Lusa. Avançou ainda que há investidores estrangeiros que desistem de fazer negócios em Moçambique devido ao receio de raptos e à insegurança.

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