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Tema migração ao rubro na Europa

Nádia Issufo
28 de junho de 2018

Na Alemanha o Governo pode cair por causa da crise migratória e na UE já há tensões por causa do tema. Angela Merkel encara nesta quinta-feira (28.06.) o Conselho Europeu, depois de ter enfrentado o Parlamento alemão.

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Angela Merkel, chanceler alemã, em Bruxelas para o Conselho EuropeuFoto: picture alliance/dpa/AP/O. Matthys

Angela Merkel falou nesta quinta-feira (28.06.) no Bundestag, o Parlamento alemão, sobre vários temas controversos. O que mais desencadeou acesos debates foi a migração ilegal.

Este assunto já causou um momento de grande tensão na união entre a CDU, a União Democrata Cristã, de Angela Merkel e a sua ala bávara CSU, a União Social Cristã, na semana passada. A tensão coloca em risco a coligação governamental.

No seu discurso, a chanceler alemã esclareceu alguns pontos: "Muitas pessoas dizem que não existirá uma solução europeia, que já se aguarda por isso há mais de três anos e eu quero aproveitar a oportunidade aqui para dizer que não é verdade. Todos na Europa concordam que a migração ilegal precisa de ser reduzida e que é preciso acabar com o negócio dos traficantes."

Tensões na União Europeia

A tentativa de Merkel de ganhar confiança dos alemães acontece no dia em que o tema migração também começa a ser discutido no Conselho Europeu. Entretanto, ao nível dos 28 as tensões entre os membros aumentam. A chanceler alemã considera que "muitas coisas estão em jogo" sobre a questão da migração.

Migranten auf der Balkanroute
Migrantes cruzam a fronteira entre a Hungria e a Sérvia Foto: picture-alliance/Zumapress/P. Hackett

Nas últimas semanas crises diplomáticas aconteceram a volta dos barcos de organizações não-governamentais que transportam migrantes. Mas o ponto mais controverso deste dossier tem a ver com o local do pedido de asilo dos migrantes.

Angela Merkel tranquilizou os parlamentares em relação a isso: "Duas coisas têm de ser respeitadas - primeiro, um requerente de asilo que procura asilo na Europa não pode escolher o país onde quer viver e fazer o pedido de asilo. E segundo, nós não podemos deixar os países onde chegam os requerentes de asilo completamente sozinhos."

A chanceler alemã pediu a criação de uma" coligação de voluntários "entre os membros da União Europeia para concluir acordos que permitam o retorno dos migrantes ao primeiro país onde foram registados. E ao nível nacional parece que a chanceler conseguiu acalmar os ânimos de alguns com o seu discurso, pelo menos por ora.

Itália ameaça com veto
O primeiro-ministro de Itália ameaçou nesta quinta-feira (28.06.) votar contra as conclusões da cimeira se a Itália não ver satisfeitos os seus pedidos. Giuseppe Conte referiu que "a Itália elaborou uma proposta considerada razoável, porque está completamente alinhada com o espírito e os princípios fundados na UE".

O governante conta ainda o seguinte: "Nos encontros que tive com dirigentes de outros países membros, percebi as muitas manifestações de solidariedade. Esperamos que essas palavras se traduzam em ações", insistiu. Giuseppe Conte acentuou que "a Itália não precisa de sinais verbais, mas sim de factos concretos". 

Tema migração ao rubro na Europa

Reagindo a essa posição, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou não estar preocupado quanto a um hipotético veto de Itália a um acordo sobre imigração."  Mas Junker diz que está preocupado com a situação na costa de Itália, por isso acha que se deve mostrar solidariedade.

Apoio do SPD

A líder do SPD, partido com assento parlamentar, Andrea Nahles, reagiu positivamente: "O SPD apoia-a, Angela Merkel, na procura de soluções ao nível europeu. E também apoia o ministro do Interior a implementar os planos acordados conjuntamente a nível nacional."

Mas a ala direita da frágil coligação governamental, a CSU, exige que medidas concretas sobre o assunto sejam decididas em Bruxelas. Caso contrário, o ministro alemão do Interior, Horst Seehofer, presidente do partido conservador, a CSU, ameaça unilateralmente afastar a partir da próxima semana imigrantes já registados noutros lugares. Isso poderia por fim a coligação governamental e desencadear a novas eleições na Alemanha.

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