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Tchizé demarca-se de carta familiar: "Sou contra amnistias"

Lusa
19 de julho de 2022

Tchizé dos Santos demarcou-se do conteúdo de uma carta subscrita pelos filhos mais velhos do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, salientando que luta "até ao fim" pela honra do pai e que é contra uma amnistia.

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Tchizé dos Santos
Foto: privat

"Eu não assinei esta carta, não tive conhecimento", diz Tchizé dos Santos em reação à carta publicada esta terça-feira (19.07) por Isabel dos Santos, José Filomeno "Zenu", Joess e José Eduardo Paulino "Coreon Dú", que se comprometeram a colaborar na realização de um funeral nacional, mas só após as eleições de 24 de agosto, pedindo ainda um mausoléu para acolher os restos mortais

Tchizé questiona autenticidade da carta

A filha do ex-Presidente disse que, enquanto cidadã angolana, "jamais iria subscrever um documento desses", questionando a autenticidade do mesmo.

"Nenhum dos meus irmãos me informou que tivesse escrito, assinado ou mandado essa carta, eu duvido que seja verdadeira, porque ninguém me informou da sua existência. Se tivessem sido, iria achar que estavam a trair a memória e a honra do meu pai, e demarco-me redondamente", declarou à Lusa.

Empresária angolana, Isabel dos Santos
Empresária angolana, Isabel dos SantosFoto: Loic Venance/AFP

Na carta enviada à agência noticiosa pelos serviços de assessoria da filha Isabel dos Santos, em que consta a assinatura de "Tchizé" dos Santos, os filhos mais velhos do ex-Presidente angolano defendem uma lei de amnistia geral e o "fim dos processos judiciais e institucionais contra muitos angolanos".

Enterro só depois das eleições

"Tchizé" dos Santos subscreve, no entanto, o compromisso tornado público acerca do enterro do pai ser realizado apenas após as eleições gerais.

"Concordo que o meu pai não deve ser enterrado agora, porque não faz sentido. Concordo que o corpo do meu pai seja enterrado em Angola quando houver condições e quando as pessoas que o perseguiram até à morte já não sejam Governo", sublinhou, referindo-se ao Presidente João Lourenço.

"O que quero que fique bem claro é que eu lutei pela honra e dignidade do meu pai até às últimas consequências e que uma dessas lutas inclui não aceitar nem pedir amnistia alguma, porque o meu pai não roubou ninguém e eu não tenho de servir de bode expiatório para os roubos de outras pessoas do MPLA, incluindo João Lourenço, Ana Dias Lourenço e a sua máquina e os seus amigos, que agora querem dar a entender que vão fazer uma amnistia porque a família dos Santos pediu", vincou.

Tchizé dos Santos sublinhou que é "uma pessoa para quem a honra está acima de qualquer dinheiro". 

"Agora, não vão aproveitar a morte do meu pai para ilibar uma série de pessoas que cometeram uma série de crimes, inclusive João Lourenço, porque elas têm de pagar. As pessoas que não cometeram crimes não precisam de amnistia, vão e provam que não roubaram".

Exéquias fúnebres de José Eduardo dos Santos