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PolíticaTanzânia

Presidente eleito John Magufuli toma posse na Tanzânia

Lusa
5 de novembro de 2020

O Presidente eleito da Tanzânia, John Magufuli, toma hoje posse para um segundo mandato de cinco anos, depois de ter vencido as eleições presidenciais de 28 de outubro, marcadas por denúncias de irregularidades.

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Primeiro mandato de Magufuli caracterizou-se por ataques contra a oposiçãoFoto: Ericky Boniphace/AFP

A cerimónia de tomada de posse deve realizar-se no Estádio Jamhuri, em Dodoma. John Magufuli, de 61 anos e membro do Chama Cha Mapinduzi (CCM), o Partido da Revolução, no poder desde a independência, foi reeleito para um segundo mandato com 84,39% dos votos.

O primeiro mandato de Magufuli - eleito com 58% dos votos em 2015 - caracterizou-se por um declínio acentuado das liberdades fundamentais e pela multiplicação dos ataques contra a oposição, de acordo com várias organizações de direitos humanos.

Com o resultado obtido nestas eleições, John Magufuli ficou à frente de Tundu Lissu, advogado de 52 anos, candidato do Chadema e principal opositor do chefe de Estado nas eleições presidenciais. 

Lissu, que tinha estado ausente da Tanzânia durante três anos devido a tratamentos e convalescença no estrangeiro na sequência de uma tentativa de assassínio, em 2017, que atribuiu a motivações políticas, conquistou 13,03% dos votos. 

Os restantes 2,58% dos votos foram divididos entre os outros 13 candidatos. Foram registados os votos de 50,72% dos mais de 29 milhões de tanzanianos com capacidade eleitoral. Magufuli recolheu 12,5 milhões de votos e Lissu cerca de 1,9 milhões.

Maioria também no Parlamento

Quanto à composição do Parlamento tanzaniano, o CCM conquistou a quase totalidade dos 264 círculos eleitorais, ultrapassando largamente os mais de dois terços necessários para aprovar alterações à Constituição do país, incluindo o alargamento do limite de dois mandatos presidenciais.

Tansania Singida | Wahlen | Tundu Antiphas Lissu
Tundu Lissu, candidato do Chadema e principal opositor de MagufuliFoto: Said Khamis/DW

No dia seguinte à votação, e ainda antes do anúncio dos resultados pela comissão de eleições do país, Tundu Lissu disse que não os aceitaria, considerando que tinha sido levada a cabo "uma fraude numa escala sem precedentes na história" da Tanzânia.

A Tanzânia faz fronteira com o norte de Moçambique, país que se fará representar na tomada de posse de Magufuli pelo primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário.

Denúncias de irregularidades eleitorais

Ao contrário de eleições anteriores na Tanzânia, estas não contaram com a presença de observadores eleitorais internacionais de vulto, como a União Europeia, que não foram convidados a estar presentes.

A oposição tanzaniana alega, por outro lado, que milhares de observadores foram afastados das mesas de voto durante a votação na semana passada, e que pelo menos uma dúzia de pessoas morreram na véspera das eleições na região semiautónoma de Zanzibar.

Os Estados Unidos da América afirmaram que "as irregularidades e as margens esmagadoras da vitória levantam sérias dúvidas sobre a credibilidade dos resultados anunciados".

Por sua vez, a União Europeia lamentou os relatos de irregularidades nas eleições gerais na Tanzânia, apontando que estes "têm um impacto na transparência e na credibilidade global do processo".