Técnicos no Niassa acusam STAE de lhes dever ajudas de custo
11 de setembro de 2024Falta menos de um mês para as eleições gerais em Moçambique e os técnicos do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) têm estado ocupados a imprimir os cadernos de eleitores.
Na província de Niassa, técnicos do centro de processamento de dados do STAE queixam-se de dívidas. O STAE provincial ainda não lhes terá feito o pagamento de despesas com transporte, alimentação e alojamento nos distritos onde os técnicos estiveram a trabalhar durante o processo de recenseamento eleitoral deste ano e do ano passado. O valor total das dívidas não foi especificado.
Taibo António, chefe adjunto do departamento de operação eleitoral de Niassa, conta que os técnicos já informaram o STAE sobre a demora no pagamento das ajudas de custo, mas continuam à espera de uma resposta satisfatória.
"Até este momento, não temos a certeza de que o diretor-geral tem conhecimento, porque descobrimos que tudo o que reclamámos não era reportado ao STAE central. O próprio chefe financeiro daquela instituição disse que já fez o levantamento de todas as dívidas e encaminhou a Maputo, mas isso era uma mentira, porque ele só foi fazer a entrega dos documentos no mês passado", conta.
Uísque Mário, um dos técnicos lesados, acrescenta que, quando falaram com o diretor do STAE provincial, ele disse que "não se responsabiliza" pelas dívidas.
"Sendo assim, a quem nos vamos dirigir? Ninguém abre a boca temendo represálias públicas. Esta é uma preocupação antiga e precisamos que os nossos direitos sejam salvaguardados", sublinha.
A DW contatou o STAE da província de Niassa, mas não foi possível obter declarações sobre as acusações dos técnicos e os motivos para o suposto atraso no pagamento das ajudas de custo.
Comissão de Eleições recomenda pagamento
O presidente da Comissão Provincial de Eleições no Niassa, Xavier Waceda, tem conhecimento do caso.
"A direção do STAE reconhece que a atividade foi realizada à margem do período proposto para a permanência dos técnicos nos distritos com autarquias, durante o recenseamento, porque a realidade no terreno exigia a permanência desses técnicos, segundo o diretor do STAE. A própria direção do STAE reconhece que os técnicos estão no direito de exigir esses valores", declarou.
Xavier Waceda disse ainda que aconselhou o diretor do STAE provincial a encontrar um mecanismo pacífico para se poder fazer o pagamento dos valores em dívida aos técnicos.