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Sudão: Protestos em frente à sede do Exército mantêm-se

EFE | AFP | Lusa | rl
7 de abril de 2019

Sindicato opositor ao regime do Presidente Omar al-Bashir afirma que manifestações deste sábado (06.04) fizeram cinco mortos e vários feridos. Agência estatal fala em apenas uma vítima mortal.

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Sudan Anti-Regierungsproteste in Khartum
Foto: Getty Images/AFP/A. Shazly

Milhares de sudaneses continuam, este domingo (07.04), em frente ao quartel-general do Exército, em Cartum, para exigir a renúncia do Presidente Omar al-Bashir. É o segundo dia consecutivo de protestos em frente ao edifício que é também a sede do Ministério da Defesa. Os manifestantes querem conseguir o apoio dos militares contra o regime.

Os protestos deste sábado (06.04) têm estado a ser descritos, segundo testemunhas ouvidas pela Associated Press, como os maiores desde que teve inicio, a 19 de dezembro, esta onda de manifestações contra o governo de Bashir.

A agência estatal de notícias SUNA deu conta da morte de uma pessoa, em Omdurman, durante os protestos deste sábado. No entanto, o Comité Central de Médicos do Sudão, um sindicato opositor ao regime, afirma que foram mortos, pelo menos, cinco manifestantes. Entre as pessoas hospitalizadas há pelo menos dez com ferimentos de bala, refere o grupo médico num balanço divulgado na sua página de Facebook.

Sudan Anti-Regierungsproteste in Khartum
Manifestações contra o regime de Bashir arrastam-se desde dezembro no SudãoFoto: Getty Images/AFP

"Não vamos sair"

"Não sairemos desta área até que a nossa missão esteja cumprida", disse à agência de notícias France Presse, Osama Ahmed, um dos manifestantes que passou a noite à frente da sede do exército. "Não vamos sair até que ele [Omar al-Bashir] caia", acrescentou.

Os protestos convocados pela Aliança, movimento que lidera a oposição ao presidente, foram marcados para este sábado para lembrar o aniversário do protesto popular de 6 de abril de 1985 que levou à queda do então Presidente Yafar al Nimeiri.

Em manifestações anteriores já por diversas vezes os manifestantes tinham tentando chegar perto de locais simbólicos para o poder, como o palácio presidencial, mas foram sempre impedidos pelas forças de segurança que lançavam gás lacrimogéneo. 

Os organizadores do movimento afirmaram no sábado que a manifestação tinha como objetivo apelar ao Exército para que escolha "entre o seu povo e o ditador".  Em comunicado, a Aliança disse esperar que o Exército "tome posição em favor do povo", e apelaram às pessoas que estivessem perto de Cartum para se juntarem àqueles que se encontravam junto ao quartel-geral.

Várias empresas privadas declararam o dia de hoje como feriado e algumas organizaram entregas de água e lanches aos manifestantes, adiantaram testemunhas à AFP. 

Esta sexta-feira (05.04), a organização não-governamental Médicos para os Direitos Humanos afirmou que as forças de segurança do Sudão mataram pelo menos 60 pessoas desde o início dos protestos. As autoridades reconhecem a morte de apenas de 32.

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