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Sudão: Defesa pede libertação sob fiança de Omar al-Bashir

tms | com agências
24 de agosto de 2019

A defesa de Omar al-Bashir pediu este sábado (24.08), em Cartum, a libertação do ex-Presidente, acusado de corrupção. Entretanto, testemunhas apontam mais indícios contra o ex-líder sudanês.

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Omar al-Bashir na sua primeira audiência em Cartum, no dia 19 de agostoFoto: Getty Images/AFP/E. Hamid

O ex-Presidente do Sudão, Omar al-Bashir, compareceu ao tribunal este sábado, em Cartum, para a sua segunda audiência no julgamento no qual é acusado de corrupção. Os advogados de defesa pediram a libertação de al-Bashir mediante pagamento de fiança.

Entretanto, o juiz de Cartum ouviu três testemunhas, duas delas investigadores que revistaram a residência de al-Bashir depois da sua destituição, em abril.

Uma das testemunhas afirmou que duas malas cheias de dinheiro foram encontradas na residência do ex-líder depois que ele foi retirado do poder pelos militares.

Já na primeira audiência, na última segunda-feira (19.08) um investigador disse que al-Bashir admitiu ter recebido pelo menos 90 milhões de dólares em dinheiro da realeza saudita nos últimos anos.

Apesar dos indícios apresentados pelas testemunhas, a defesa do ex-Presidente pediu à Justiça a sua libertação. "Pedimos ao tribunal que liberte o acusado sob fiança", disse o advogado de al-Bashir, Hashem Abu Bakr. O pedido será analisado pelo juiz responsável pelo caso.

Sudan Khartum Ex-Präsident Umar al-Baschir vor Gericht
Julgamento de Omar al-Bashir (19 de agosto)Foto: Reuters/M. N. Abdallah

Manifestações

Enquanto acontecia a audiência, dois grupos opostos realizaram protestos. Um grupo de algumas dezenas de manifestantes pedia para que al-Bashir enfrentasse a Justiça, não apenas pelos crimes de corrupção, mas também pelo seu papel nos conflitos mortais no país. "Bashir é um assassino" e "Ele tem que enfrentar a justiça", gritavam os manfestantes.

"Bashir cometeu vários crimes pelos quais ele deveria ser processado, não por essas somas de dinheiro", disse um manifestante que se identificou como Yasser Mohamed à agência de notícias AFP.

Outro grupo menor apoiou o ex-líder sudanês, que foi forçado a deixar o poder depois de 30 anos. "Viemos aqui para apoiar o Presidente legítimo do país", disse Abdel Rahman Omar, um dos manifestantes pró-Bashir.

Acusações

Al-Bashir está a ser julgado por corrupção depois que grandes somas de dinheiro de moeda local e estrangeira foram encontradas na sua residência, além de outros ativos alegadamente ilícitos.

O Tribunal Penal Internacional (TPI), entretanto, diz que al-Bashir deveria ter sido extraditado enquanto era Presidente do Sudão. O TPI emitiu um mandado contra al-Bashir em 2009 por crimes contra a humanidade, crimes de guerra e genocídio contra civis e grupos étnicos na região de Darfur, no Sudão.

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