Dos 642 delegados no congresso do partido, em Bona, 362 votaram a favor de lançar negociações formais com a União Democrata Cristã (CDU) de Angela Merkel e a sua irmã bávara, a União Social Cristã (CSU), após as inconclusivas eleições legislativas de 24 de setembro.
Espera-se que as conversações arranquem já esta semana, em mais um passo para pôr fim a meses de incerteza política. No entanto, o acordo que resultar das negociações para uma coligação terá ainda de ser votado pelos 440 mil membros do SPD, que irão decidir se a chamada "grande coligação” dos principais partidos da Alemanha é finalmente estabelecida.
Merkel já disse que quer concluir as negociações até 12 de fevereiro. Se forem bem sucedidas, e a chanceler obtiver a maioria absoluta necessária no Parlamento para manter a sua posição, poderá dar início ao seu quarto mandato antes da Páscoa – meio ano após as eleições, o mais longo período em que a Alemanha esteve sem Executivo.
Demasiadas concessões?
Martin Schulz discursa durante o congresso
Muitos membros do Partido Social Democrata (SPD) acreditam que a formação política deveria passar para a oposição para dar uma oportunidade aos sociais-democratas de se reorganizarem e ganharem fôlego depois de obterem o seu pior resultado desde 1949 no escrutínio de setembro.
Os opositores afirmam que mais quatro anos numa parceria de Governo com a CDU/CSU poderão pôr fim a qualquer individualidade do SPD, partido mais à esquerda. Os críticos de uma coligação renovada também não estão satisfeitos com as concessões do líder do partido, Martin Schulz, nas conversações preliminares com Angela Merkel.
A moção aprovada este domingo inclui referências à obtenção de melhorias ao documento saído das conversações preliminares com vista a concessões dos conservadores quanto às políticas de trabalhom, saúde e migração.
"Vamos lutar por mais melhorias nas negociações de coligação, se formos em frente”, disse Schulz antes da votação no congresso em Bona.
O SPD já foi parceiro em duas "grandes coligações” com os conservadores, entre 2005 e 2009, e desde 2013.
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Os cartazes da campanha eleitoral na Alemanha
CDU: patriotismo
Duas séries de motivos, 22 mil cartazes e um orçamento de 20 milhões de euros: é assim a campanha publicitária da CDU, partido de Merkel. "Por uma Alemanha em que vivamos bem e com gosto" - a legenda mostra-se patriótica com as cores nacionais da Alemanha na sua propaganda de rua. Os temas eleitorais da União Democrata Cristã são segurança, família e emprego.
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Os cartazes da campanha eleitoral na Alemanha
SPD: cidadãos em foco
"O futuro precisa de novas ideias. E de alguém que as implemente" - nos seus cartazes, o Partido Social-Democrata (SPD) enfoca temas como educação, aposentadoria, investimento e igualdade salarial. Somente num segundo momento, o foco deverá recair sobre o candidato Martin Schulz, o grande rival de Merkel. O SPD promete surpresas no final de sua campanha, que deverá custar 24 milhões de euros.
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Os cartazes da campanha eleitoral na Alemanha
A Esquerda: sem rosto
"Imposto sobre milionários, mais dinheiro para creches e escolas". Letras brancas junto ao vermelho simbólico do partido: A Esquerda ("Die Linke") continua fiel a seu estilo, dispensando, desta vez, mostrar rostos em seus cartazes. Sob o lema "Sem vontade para mesmice", a legenda enfoca três temas principais: rendas de casa acessíveis, pensões mais justas e o fim da exportação de armas.
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Os cartazes da campanha eleitoral na Alemanha
Os Verdes: por isso, verde
"O meio ambiente não é tudo. Mas sem meio ambiente tudo é nada". Desta vez, Os Verdes apostam em texto em letras grandes diante de um motivo simbólico. O partido continua fiel aos seus temas. O foco recai sobre tópicos clássicos como meio ambiente ou integração. "Darum grün" ("Por isso, verde") é o lema de campanha. Em todos os cartazes, pode-se ver o girassol amarelo como motivo principal.
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Os cartazes da campanha eleitoral na Alemanha
FDP: a campanha é ele
"Impaciência também uma virtude" - o Partido Liberal Democrático (FDP) vai gastar mais de 5 milhões de euros em publicidade com foco sobretudo numa só pessoa: Christian Lindner. O líder partidário é retratado sorrindo, com look casual ou barba de três dias. "Denken wir neu", "vamos repensar", é o slogan com que pretendem concorrer às eleições. Longos textos acompanham Lindner nos cartazes do FDP.
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Os cartazes da campanha eleitoral na Alemanha
AfD: populismo
"Burcas? Nós gostamos de biquínis" - os cartazes do partido populista de direita Alternativa para Alemanha (AfD) provocaram discussões. Seu lema: "Trau Dich, Deutschland!" (Confie em você, Alemanha!"). E, confiantes, eles provocam, pois os textos nos cartazes visam o isolamento, sobretudo em relação ao islão. A "Alternative für Deutschland" ainda não tem deputados no parlamento federal.
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Os cartazes da campanha eleitoral na Alemanha
Die Partei: nem tão sério
Reivindicações como conter a elevação do preço da cerveja estão no programa do "Die Partei" ("O Partido"). Os cartazes são acima de tudo irónicos (na foto, "Não faça merda com sua cruz"), bem ao estilo de seus fundadores, jornalistas da revista satírica "Titanic". Seu candidato à chanceler é o comediante Serdar Somuncu. Nas eleições de 2013, o partido teve apenas 0,2% dos votos.
Autoria: Janina Semenova