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Segurança no topo da agenda de Obama na Etiópia

James Shimanyula/Glória Sousa/AFP/Reuters27 de julho de 2015

Barack Obama chegou este domingo (26.07) a Addis Abeba, depois de uma visita de dois dias ao Quénia. Na Etiópia, o Presidente norte-americano foi recebido pelo primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn.

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Primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn (à dir.), cumprimenta o Presidente norte-americano Barack Obama (à esq.) em Addis AbebaFoto: Reuters/T. Negeri

O forte crescimento da Etiópia é apontado como o principal motivo para a inclusão do país no itinerário de um Presidente norte-americano, pela primeira vez na história. Barack Obama deve permanecer por dois dias no país.

Espera-se que o foco das conversas como primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn, seja na segurança - em especial na ameaça imposta pelo grupo militante islamista Al Shabaab, da Somália. Obama, que chegou do Quênia no domingo (26.07), também quer reforçar laços comerciais com a África.

Mas muitos ativistas vêem esta visita também como uma oportunidade para abordar os frequentes abusos dos direitos humanos no país. A coligação Frente Popular Democrática Revolucionária Etíope (EPRDF),no poder háum quarto de século, transformou a economia do país atingido pela fome, mas opositores dizem que isso foi feito às custas das liberdades políticas. A oposição não conseguiu garantir um assento único nas eleições parlamentares de maio passado.

Passagem pelo Quénia

Kenia USA Rede Präsident Barack Obama in Nairobi
No domingo (26.07), Obama fez um discurso em Nairobi, no QuéniaFoto: Reuters/J. Ernst

Ainda no domingo (26.02), antes de partir para Addis Abeba, o Presidente dos Estados Unidos fez um discurso inspirador para as 4.500 pessoas que encheram um estádio em Nairobi.

Na capital queniana, Obama apelou aos africanos para combaterem o de "cancro da corrupção" que impede o desenvolvimento do continente. Apelou também ao rompimento com práticas e tradições que continuam a oprimir as mulheres.

Numa viagem fortemente marcada pela sua ligação pessoal ao Quénia - o pai de Barack Obama nasceu naquele país da África Oriental - o Presidente dos Estados Unidos veio essencialmente com a missão de reforçar relações bilaterais.

"Queremos ser parceiros. Não por razões de caridade, mas porque vemos oportunidades, em termos de comércio, investimento, cooperação, serviços de segurança. Todas essas matérias beneficiarão os norte-americanos," declarou Obama.

Desafios a superar

Barack Obamas Akunft in Nairobi Kenia wird von großer Menge beobachtet
Multidão observa a chegada de Obama à capital queniana, NairobiFoto: Reuters/J. Ernst

O líder norte-americano participou, no sábado (25.07), na 6ª Cimeira Mundial de Empreendedorismo, realizada pela primeira vez na África Subsaariana. Para o Presidente norte-americano, a prosperidade no continente africano depende da boa governação e da capacidade de criar novos negócios.

"O desafio é como aceder ao capital. É difícil, por vezes, ter formação ou capacidades para iniciar um negócio de forma profissional como é exigido atualmente neste mundo competitivo, assim como aceder a redes de contactos que podem fazer a diferença nos negócios. E é ainda mais difícil para as mulheres, jovens e comunidades que têm sido marginalizados e a quem tem sido negado o acesso a oportunidades," avaliou.

Temas sensíveis

Barack Obama in Kenia beim Abendessen mit der Familie
Na sexta-feira (24.07), dia em que chegou ao Quénia, Obama participou num jantar com membros de sua famíliaFoto: Reuters/J. Ernst

Em Nairobi, Obama criticou a criminalização dos refugiados da Somália que fogem da ameaça terrorista da milícia Al Shabaab. Não deixou escapar a oportunidade para apelar à descriminalização dos homossexuais no país.

"Digo claramente: se alguém cumpre as leis e não causa danos a ninguém, a ideia de que é tratado de forma diferente ou maltratado só por causa da pessoa que ama está errada. Ponto final," afirmou o Presidente norte-americano.

Sobre esta questão controversa, o Presidente queniano, Uhuru Kenyatta, não se mostrou disposto a fazer concessões.

"O Quénia e os Estados Unidos partilham muitos valores, mas alguns deles não partilhamos, pois não são aceites pela nossa cultura e sociedade. Por isso, é que eu tenho repetido: Os direitos dos homossexuais não são uma questão hoje em dia para os quenianos," replicou.

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