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SADC convoca reunião sobre ataques armados em Moçambique

kg | com agências
3 de abril de 2021

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral quer discutir na próxima semana "medidas de intervenção" regional. Pelo menos 50 sul-africanos que desapareceram devido aos ataques foram localizados.

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Posto policial de Macomia, norte de Moçambique
Posto policial de Macomia, norte de MoçambiqueFoto: Roberto Paquete/DW

O Presidente do Botsuana, Mokgweetsi Masisi, convocou uma reunião da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) para a próxima semana a fim de discutir "medidas de intervenção" regional para a resolução do conflito armado em Moçambique.

"O Presidente Masisi realizará esta reunião na próxima semana na sua qualidade de presidente do órgão da SADC sobre política, defesa e segurança", referiu o porta-voz do Ministério da Defesa da África do Sul, Siphiwe Dlamini. 

"A África do Sul será guiada pelos resultados desta reunião sobre como pode ajudar a estabilizar a situação em Moçambique", acrescentou. 

Dlamini disse que o Governo de Pretória reiterou o seu apoio às iniciativas regionais da SADC e da União Africana que procuram alcançar a paz e estabilidade no continente, incluindo na África Austral.

Desaparecidos

O Exército da África do Sul localizou pelo menos 50 sul-africanos que se encontravam desaparecidos devido aos atentados terroristas no norte de Moçambique.

"O Governo pode confirmar que, com exceção de uma pessoa que morreu tragicamente na violência, mais de 50 sul-africanos que foram dados como desaparecidos, através do Alto Comissariado da África do Sul, em Maputo, foram localizados", disse o porta-voz das autoridades militares sul-africanas. 

A Força Nacional de Defesa da África do Sul (SANDF, na sigla em inglês) está a assistir o Alto Comissariado de Pretória em Moçambique no repatriamento de nacionais sul-africanos para a África do Sul.

Apoio sul-africano no norte de Moçambique

Na sexta-feira (02/04), o Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, disse que militares sul-africanos estão a garantir em Cabo Delgado a segurança dos seus cidadãos afetados pelos atentados terroristas no norte de Moçambique.

A Força Aérea da África do Sul retirou na terça-feira (30/03) seis cidadãos sul-africanos de Moçambique afetados pelos recentes atentados terroristas no norte do país vizinho, anunciou o Governo de Pretória.

A operação de evacuação para a África do Sul, realizada pela Força Aérea Sul-Africana (SAAF, na sigla em inglês), envolveu também o repatriamento dos restos mortais de um homem sul-africano de 40 anos, que morreu nos atentados terroristas na sexta-feira, na vila de Palma, norte da província moçambicana de Cabo Delgado, disse o Ministério das Relações Internacionais e Cooperação sul-africano.

Deslocados de Cabo Delgado
Pelo menos 9.900 pessoas foram forçadas a se deslocar devido aos ataques em PalmaFoto: Alfredo Zuniga/AFP

Quase 10 mil deslocados

Segundo dados da Organização Internacional das Migrações (OIM), 9.900 pessoas chegaram de Palma aos distritos de Nangade, Mueda, Montepuez e Pemba desde 24 de março.

A informação foi avançada pelo porta-voz em Moçambique do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA). Saviano Abreu afirmou que o número de pessoas deslocadas após os ataques tem vindo a "aumentar consideravelmente nos últimos dias".

A petrolífera Total retirou esta sexta-feira (02/04) o resto do pessoal que mantinha no projeto de gás no norte de Moçambique, na sequência do ataque a Palma. A retirada completa inclui empresas subcontratadas que se mantinham na área do maior investimento privado em curso em África e cujos trabalhadores saíram por via marítima e aérea. 

No entanto, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, minimizou o recente atentado terrorista contra Palma, a cerca de 25 quilómetros dos projetos de gás no norte do país, afirmando que "não foi o maior do que tantos outros" protagonizados pelos grupos armados que atuam em Cabo Delgado, assegurando que segue "segundo a segundo" as operações no terreno.

O movimento terrorista Estado Islâmico (EI) reivindicou na segunda-feira, 29 de março, os atentados à vila de Palma, junto à fronteira com a Tanzânia, através da agência oficial do movimento, a Amaq, divulgando imagens.

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