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RENAMO queixa-se de exclusão de seus membros em Cabo Delgado

12 de setembro de 2019

Em Cabo Delgado, a RENAMO denuncia o que considera de perseguição política, destruição do seu material propagandístico e recolha de cartões de eleitores. Autoridades negam as acusações e pedem provas.

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Mustagibo Bachir, membro da Comissão Política da RENAMOFoto: DW/Delfim Anacleto

Na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, a RENAMO, maior partido da oposição, denunciou esta semana uma alegada perseguição política aos seus apoiantes, beneficiários do programa de subsídio social básico.

Segundo Mustagibo Bachir, membro da Comissão Política da perdiz, no posto administrativo de Murrebue, distrito de Mecufi, alguns membros estão a ser alvo de ameaças:

"No ato de pagamento do subsídio de velhice, o chefe da aldeia de Zailane e seu cabo torturam psicologicamente e humilham publicamente alguns idosos membros do partido RENAMO e beneficiários do subsídio de velhice, ameaçando-os de cancelar o pagamento dos seus subsídios caso não renunciem o partido RENAMO", conta.

Autoridades admiradas com acusações da RENAMO

Entretanto, o chefe do posto administrativo de Murrebue negou as acusações, desafiando a RENAMO a apresentar provas.

Mosambik Raul Junqueiro Leiter der Verwaltung von Murrebue
Raúl Junqueiro, chefe do posto administrativo de MurrebueFoto: DW/Delfim Anacleto

E Raúl Junqueiro afirma o seguinte: "Mesmo eu fiquei admirado quando ouvi isso. Esta manhã solicitei o permanente [que pocurasse saber] onde isso aconteceu. Falei com todos os bairros e não foi retirado o subsídio a nenhum [beneficiário]. Nós temos aquelas folhas que vêm do INAS (Instituto Nacional de Ação Social) e [confirmamos que] todos estão a receber.”

Raúl Junqueiro, que se mostrou ofendido com os pronunciamentos da RENAMO, esclarece que a distribuição do apoio aos idosos e incapazes, promovida pelo Instituto Nacional de Ação Social nada tem a ver com a filiação partidária:

"Aqueles idosos não são da FRELIMO e nem da RENAMO. São idosos moçambicanos que devem ser pagos. Venham fazer provas no terreno", desafia.

Em Murrebue,  aconteceu nesta quarta-feira (11.09.) uma sessão de distribuição do subsídio aos idosos. A equipa da DW África conferiu os documentos mas não foi possível apurar a existência de casos de exclusão.

RENAMO acusa a polícia

Na lista das denúncias da RENAMO consta igualmente a suposta vandalização do seu material de campanha: "O chefe do posto administrativo de Murrebue e da localidade de Muitua destruíram material de campanha eleitoral da RENAMO em Muitua. Comunicado cedido à polícia, esta não mexeu nenhuma palha e os malfeitores continuam impunes. Em Moçambique a justiça é fraca para os fortes e forte para os fracos."

Mosambik Gebäude von Polizeistation in Cabo Delgado Provinz
Comando polícial de Cabo DelgadoFoto: DW

No habitual relatório semanal da polícia, Eugénia Nhamussua, porta-voz da PRM em Cabo Delgado descreveu como ordeiro e de civismo o ambiente que caracteriza a caça ao voto rumo as eleições Gerais e provinciais de 15 de Outubro. 

"A campanha está a decorrer sem registo de sobressaltos e esperamos que continue assim. Apelamos mais uma vez que quando nos fizermos à rua, se tivermos algum incidente possamos optar pelo diálogo para suprir", disse Eugénia Nhamussua.

Sobre o alegado registo de ilícitos eleitorais durante a campanha, como a recolha de cartões de eleitores e destruição de material propagandístico, reclamados pela RENAMO, o diretor provincial do STAE, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral Cassamo Camal distancia-se: "Não é matéria do STAE. Tudo o que tenha a ver com ilícitos e outras situações é gerido ao nível das comissões, portanto, a Comissão Nacional de Eleições e os órgãos de apoio.”

O diretor do STAE falava a margem do início esta quarta-feira da capacitação dos formadores Nacionais de MMV, Membros das Mesas das Assembleias de Voto.

 

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