1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

RENAMO apela à oposição: "Chegou a hora de nos unirmos"

Arcénio Sebastião
18 de maio de 2022

Com o falecimento dos dois líderes dos maiores partidos de oposição, Daviz Simango (MDM) e Afonso Dhlakama (RENAMO), Manuel de Araújo apela à união da oposição para derrubar a FRELIMO do poder nas próximas eleições.

https://p.dw.com/p/4BTcf
Manuel de Araújo, dirigente político da RENAMOFoto: João Carlos/DW

"Chegou a hora de nos unirmos e avançar". Este foi o apelo deixado por Manuel de Araújo. O político da RENAMO afirma que nenhum partido em Moçambique está em condições de enfrentar e vencer a FRELIMO sozinho nas eleições autárquicas de 2023, e nas eleições gerais de 2024.

Convocatória à união da oposição

Em jeito de apelo a uma união da oposição, sugere uma candidatura única apoiada por todos os partidos da oposição com o objetivo de derrubar o partido no poder.

"Os nossos líderes estão a perder tempo. O líder da RENAMO, do MDM, PDD, o líder da Nova Democracia... É o momento de nos unirmos, fazermos uma força estratégica para podermos ter resultados positivos nas próximas eleições. Não precisamos de inventar a roda, o Adalberto Costa Júnior, em Angola, já o fez. Eles criaram uma frente e o resultado está à vista de todos. Quando a oposição está unida, o povo percebe."

Protesto  Frente Patriótica Unida (FPU)
A oposição em Moçambique poderá seguir o exemplo da Frente Patriótica Unida em Angola?Foto: Borralho Ndomba/DW

Segundo Manuel de Araújo, tal como em Angola, onde a oposição criou a Frente Patriótica Unida para concorrer às eleições gerais de agosto, os moçambicanos podem implementar este modelo mesmo sem rubricar nenhum acordo. Basta que os partidos da oposição apoiem uma só candidatura.

"O apelo que eu deixo para os partidos, quer ao meu próprio partido, ao senhor Ossufo Momade, quer ao MDM, ao senhor Lutero Simango, quer aos extra-parlamentares, é: chegou a hora de nos unirmos e avançar".

A união não é consensual

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), a segunda maior força política da oposição no país, está convicto de que irá vencer na Beira, onde delega desde 2009. E promete reconquistar outras autarquias perdidas nas últimas eleições. Por isso, o porta-voz do MDM, Ismael Nhacucue, não vê com bons olhos a possibilidade de apoio a uma candidatura única.

Mosambik | Ismael Nhacucue im DW Interview
Ismael Nhacucue, porta-voz do MDMFoto: Arcénio Sebastião/DW

"É preciso que as pessoas se sentem e discutam numa primeira fase, e só depois ao nível dos órgãos de cada partido, esta questão e concordem em uniformidade. E só assim é que vai ter uma capacidade genuína, porque vai abarcar todos membros a aderirem a este projeto."

O analista político, Wilker Dias, considera que o modelo de apoio à candidatura única ou coligação de partidos até pode criar equilíbrio na balança face à FRELIMO. Mas mostra-se reticente quanto ao eventual resultado nas urnas porque, segundo diz, "há falta maturidade política no seio dos partidos moçambicanos".

"O que tem transparecido por parte dos partidos políticos moçambicanos é que cada um tem o seu objetivo. E esse objetivo passa um pouco longe do pressuposto principal, que é olhar e salvaguardar o bem estar dos moçambicanos", disse Wilker Dias à DW África.

Mosambik | Die neuen Führungen von MDM
Wilker Dias, analísta políticoFoto: Arcénio Sebastião/DW

Partidos não estão no "mesmo barco"

O analista afrima que este principios políticos singulares de cada partido têm feito com que haja um afastamento entre as diversas forças políticas. Uma coligação para fazer frente à FRELIMO só irá acontecer quando os "partidos andarem no mesmo barco.

"Ou seja, numa direção certa. Saberem fazer política e de forma direta, lidar com os desafios que a nação enfrenta neste preciso momento."

As eleições autárquicas em Moçambique estão marcadas para 11 de outubro de 2023. Nas últimas eleições, em 2018, a FRELIMO venceu em 44 das 53 autarquias moçambicanas.

 

Saltar a secção Mais sobre este tema