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May vence moção de censura e segue no Governo britânico

Reuters | EFE | Lusa | tms
13 de dezembro de 2018

Primeira-ministra britânica continua na liderança do Partido Conservador e do Governo após vencer a moção de censura interna apresentada por aliados insatisfeitos com o acordo do Brexit.

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Foto: Reuters/D. Martinez

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, venceu esta quarta-feira (12.12) a moção de censura interna apresentada pelo seu Partido Conservador para decidir se ela seguia no comando do Governo britânico e do próprio partido.

May obteve 200 votos a favor e 117 contrários, numa votação secreta realizada entre os deputados conservadores da Câmara dos Comuns.

"O resultado da votação desta noite é que o grupo parlamentar tem confiança em Theresa May", anunciou Graham Brady, presidente do Comité 1922, que reúne os parlamentares do Partido Conservador.

Numa declaração junto à residência oficial, em Londres, Theresa May agradeceu o apoio dos 200 deputados que mostraram confiança, mas reconheceu a importância dos 117 votos contra. 

"Um número significativo de colegas depositou um voto contra mim e eu escuto o que estão a dizer", afirmou. May prometeu "continuar com o trabalho de concretizar o 'Brexit' para os britânicos e construir um futuro melhor" para o país, mas também tentar "unir o país de novo em vez de agravar as desavenças".  

"Isso deve começar aqui em Westminster, com os políticos de todos os lados a juntarem-se e a agir no interesse nacional", urgiu.  

Oposição pode apresentar nova moção

Com a vitória, a primeira-ministra não pode ser alvo de uma nova moção de censura de seu partido nos próximos 12 meses. No entanto, ainda pode ser retirada do poder se o Partido Trabalhista, que lidera a oposição na Câmara dos Comuns, apresentar ação similar.

Theresa May
Foto: Reuters/P. Nicholls

Após a votação, a deputada Nicky Morgan disse que a "razão prevaleceu". Por outro lado, Jacob Rees-Mogg, um dos líderes da ala contrária à União Europeia (UE) do Partido Conservador, considerou que os 117 votos contra May representam um "resultado terrível" para ela.

Insatisfação dos aliados

May adiou a votação do acordo do Brexit prevista para terça-feira porque dezenas de seus aliados prometiam votar contra o Governo. Agora, a primeira-ministra tenta conseguir novas concessões da UE para facilitar a aprovação do texto na Câmara dos Comuns.

Em particular, May procura garantias que satisfaçam os descontentes com o mecanismo de salvaguarda para evitar o surgimento de uma fronteira entre Irlanda e Irlanda do Norte após o Brexit.

Parte dos conservadores que convocou a moção de censura teme que a cláusula deixe o Reino Unido integrado na estrutura da UE por anos. Por isso, exigem que a primeira-ministra garanta que a solução proposta no acordo não será temporária.

May afirmou que vai à cimeira de líderes europeus em Bruxelas nesta quinta-feira (13.12) "pedir garantias legais e políticas que possam acalmar as preocupações dos deputados têm nessa questão".  

A líder dos conservadores tem reiterado a intenção de conduzir o processo do Brexit até ao fim para garantir uma saída ordeira a 29 de março de 2019, mas também nesta quarta-feira confirmou que se pretende afastar antes das próximas eleições legislativas previstas para 2022.