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Rebeldes negam ataque que matou embaixador italiano na RDC

Lusa
23 de fevereiro de 2021

Os rebeldes hutus das Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda (FDLR) negaram hoje serem os autores do ataque que provocou a morte do embaixador de Itália na República Democrática do Congo, na segunda-feira.

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Corpo de Luca Attanasio foi transportado para um hospital da MONUSCO, em GomaFoto: Djaffar Al-Katany /REUTERS

Numa nota enviada à agência de notícias AFP, as FDLR negaram estar "envolvidas no atentado que resultou na morte do embaixador italiano e pediram às autoridades congolesas e à missão da ONU na República Democrática do Congo (MONUSCO) "que esclareçam as responsabilidades deste ignóbil assassínio em vez de fazerem acusações precipitadas".

Os rebeldes ruandeses afirmam que "o comboio do embaixador foi atacado numa área chamada de 'trois antennes (três antenas)' perto de Goma, na fronteira com o Ruanda, não muito longe de uma posição das FARDC (Forças Armadas da RDC) e das Forças de Defesa do Ruanda (exército do Ruanda).

"A responsabilidade deste assassínio ignóbil deve ser procurada nas fileiras desses dois exércitos", acusaram as FDLR.

Durante a tarde de segunda-feira (22.02), o Ministério do Interior da República Democrática do Congo (RDC) acusou rebeldes hutus das FDLR de estarem por detrás do ataque que matou o embaixador italiano.

Tshisekedi condena "ataque terrorista"

O Presidente da RDC, Félix Tshisekedi, condenou "nos termos mais fortes possíveis" o "ataque terrorista" a uma missão do Programa Alimentar Mundial, que resultou na morte de três pessoas, incluindo o embaixador italiano no país.

Italienischen Botschafters im Kongo, Luca Attanasio
Luca Attanasio era embaixador na RDC desde o início de 2018Foto: AFP/Italy's Foreign Ministry

Numa mensagem lida à noite na televisão nacional pelo seu porta-voz e citada pela agência France-Presse (AFP), o chefe de Estado congolês, Félix Tshisekedi, condenou "nos termos mais fortes possíveis este ataque terrorista".

Tshisekedi pediu também, à semelhança do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, uma investigação para que os autores dos ataques sejam "identificados e levados à justiça".

O executivo da RDC prometeu já fazer "todo o possível para descobrir quem está por detrás" do "vil assassínio" de Luca Attanasio, que desempenhava as funções de embaixador na RDC desde início de 2018.

Ataque armado a comboio do PAM

Attanasio foi morto a tiro num ataque armado a um comboio do PAM, durante uma visita perto de Goma, no leste da RDC, segundo fontes diplomáticas. Foi "alvejado no abdómen" e "resgatado pelos guardas do Instituto Congolês para a Conservação da Natureza (ICCN)" no Virunga Park, segundo as autoridades congolesas.

Além do embaixador, duas outras pessoas morreram no ataque: o condutor congolês do PAM e o guarda-costas italiano do embaixador, segundo fontes congolesas e italianas citadas pela AFP.

No ataque, quatro pessoas foram raptadas, tendo uma sido encontrada por soldados congoleses, segundo o Ministério do Interior da RDCongo.

O ataque ao comboio do PAM teve lugar a norte de Goma, a capital da província do Kivu Norte, que tem sido flagelada pela violência de grupos armados há mais de 25 anos.

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