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DesastresRepública Democrática do Congo

RDC: Pelo menos 23 mortes após erupção do vulcão Nyiragongo

Lusa | EFE
25 de maio de 2021

Mais oito pessoas morreram em consequência de gases libertados após a erupção do vulcão Nyiragongo, no leste da República Democrática do Congo (RDC), no sábado (22.05), elevando para 23 as fatalidades.

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Kongo Goma Mount Nyiragongo Vulkanausbruch  Lava
Foto: Moses Sawasawa/AFP/Getty Images

"Um total de sete pessoas morreram como resultado da lava ativa. Tentaram atravessar a estrada que liga a cidade de Goma, onde está localizado o vulcão, a Rutshuru, mas que está cortada por causa da lava", explicou o vulcanólogo Celestin Kasereka Mahinda, diretor científico do centro local, à agência noticiosa espanhola Efe, que refere que há 23 mortes associadas à erupção.

Mahinda acrescentou que uma oitava pessoa morreu também sufocada durante o banho devido à acumulação de gases tóxicos.

Segundo o vulcanólogo, o número de vítimas mortais poderá aumentar nas próximas horas, uma vez que as camadas de lava continuam ativas.

O balanço mais recente do Governo da RDC, que não integra estas mortes, contabiliza 15 mortos na sequência da erupção do Nyiragongo, incluindo dois queimados até à morte, quatro abatidos ao tentarem fugir da prisão central de Munzenze, e nove em acidentes de viação enquanto tentavam abandonar a cidade de Goma.

Terra continua a tremer

A terra continua a tremer e muitos habitantes tentaram voltar às suas casas destruídas, expondo-se aos gases tóxicos apesar dos alertas das autoridades.

A vida começa a regressar timidamente à capital da província do Kivu Norte, com mercados e lojas já de portas abertas e os transportes públicos novamente a funcionar, apesar de haver constantes movimentos sísmicos que se notam também no Ruanda, cuja fronteira está perto, e que levou as autoridades a encerrar as escolas e o aeroporto local.

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Destruição é visível em Goma após erupção do vulcão NyiragongoFoto: MOSES SAWASAWA/AFP via Getty Images

O vulcão Nyiragongo, um dos mais ativos do mundo, entrou em erupção no sábado (22.05), levando milhares de pessoas a fugirem da cidade durante a noite, carregando pertences e gado e dirigindo-se para a cidade de Sake ou para a fronteira com o Ruanda.

Congoleses em fuga

De acordo com uma nota emitida no domingo pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mais de 5.000 pessoas atravessaram a fronteira entre a cidade de Goma, a cerca de 20 quilómetros do vulcão, com o Ruanda.

Segundo a mesma fonte, pelo menos 25.000 pessoas ficaram deslocadas na cidade de Sake, a cerca de 25 quilómetros de Goma, capital da região de Kivu do Norte.

A Unicef afirmou também que pelo menos 150 crianças foram separadas das suas famílias e 170 podem ter desaparecido durante a debandada da cidade.

Ainda que a lava não tenha atingido a cidade, centenas de casas na sua periferia foram destruídas ou reduzidas a cinzas, segundo as autoridades provinciais.

Localizada na província de Kivu do Norte, que também faz fronteira com o Uganda, a região de Goma é uma zona de intensa atividade vulcânica localizada no vale do Rift, com seis vulcões, incluindo os vizinhos Nyiragongo e Nyamuragira, que se elevam a 3.470 e 3.058 metros, respetivamente.