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RCA: Ex-chefes de milícias acusados de "campanha de terror"

bd | Lusa
20 de setembro de 2019

Procuradoria do Tribunal Penal Internacional acusa o ex-ministro centro-africano Patrice-Edouard Ngaïssona e o deputado Alfred Yekatom de crimes de guerra e contra a humanidade. Arguidos rejeitam acusações.

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Patrice-Edouard Ngaïssona, 52 anos, durante audiência em janeiro no TPIFoto: picture alliance/AP Photo/K. Van Well

A Procuradoria do Tribunal Penal Internacional (TPI), sedeado em Haia, na Holanda, acusou nesta quinta-feira (19.09), Patrice-Edouard Ngaïssona e Alfred Yekatom de envolvimento em homicídios, perseguição, tortura e recurso a crianças-soldado quando lideravam milícias anti-Balaka, entre 2013 e 2014.

Den Haag Internationaler Strafgerichtshof Anklage Alfred Yekatom Zentralafrikanische Republik
Alfred Yekatom, apelidado de "coronel Rambo"Foto: picture-alliance/AP Photo/P. van de Wouw

Ngaïssona, antigo presidente da Federação de Futebol da República Centro-Africana e ex-ministro dos Desportos, e Yekatom, deputado, foram acusados pela procuradoria de incentivarem uma "campanha de violência e de terror". Ngaïssona enfrenta 111 acusações e foi detido em França em 2018, depois do TPI emitir um mandado de detenção. Yekatom enfrenta 21 acusações.

Arguidos rejeitam acusações

A República Centro-Africana mergulhou no caos e na violência em 2013. Milhares de pessoas morreram e centenas de milhares foram obrigados a fugir do conflito, depois do antigo Presidente François Bozizé ser derrubado por grupos armados coligados na Séléka, suscitando a oposição das milícias anti-Balaka.

Segundo o procurador Kwezu Vanderpuye, "no exílio, o sr. Ngaïssona e outros membros próximos de Bozizé usaram estes grupos", que "exploraram a vingança e ódio sentidos pelas pessoas para criarem uma força de luta formidável que poderia derrotar os Séléka, abrindo caminho para que recuperassem o poder".

Os arguidos rejeitaram todas as acusações proferidas no tribunal. Mylene Dimitri, advogada de defesa de Yekatom, denunciou que os procuradores estão a conservar provas e o deputado "está a defender-se no escuro".

Fugir da violência na República Centro-Africana