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Quénia: fim do cerco ao centro comercial em Nairobi

António Rocha /Com REUTERS / AFP24 de setembro de 2013

Presidente Uhuru Kenyatta do Quénia, anunciou o fim do cerco ao centro comercial "Westgate", em Nairobi, ocupado desde sábado por um comando islamita armado.

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Militares quenianos dão o assalto final ao centro comercial Westgate onde se encontrava o comando "terrorista"Foto: SIMON MAINA/AFP/Getty Images

O comando responsável pelo sangrento ataque lançado no sábado passado (21.09.) contra um centro comercial de Nairobi foi "vencido e humilhado" e o balanço provisório é de 61 civis, 6 polícias e 5 membros do comando mortos, anunciou ao fim da tarde desta terça- feira (24.09) o presidente queniano Uhuru Kenyatta.

Numa alocução televisiva, o chefe de Estado queniano acrescentou que 11 outros membros do comando terrorista tinham sido interpelados e presos. Ele precisou que três andares do Westgate Mall, onde um violento incendio deflagrou na segunda feira, ruiram e que alguns corpos estavam soterrados nos escombros.

Especialistas em medicina legal estão a examinar os corpos já recuperados para esclarecer a nacionalidade dos terroristas, indicou o presidente que sublinhou não estar ainda na posse de informações que possam confirmar a participação - avançada por alguns serviços secretos - de que dois a três membros do comando eram de nacionalidade americana e britanica.

A partir de quarta-feira, três dias de luto nacional foram decretados no Quénia

Uhuru Kenyatta anunciou três dias de luto nacional a partir de quarta-feira num tributo às vítimas do comando armado, tendo por outro lado acrescentado que "estão em curso investigações forenses sobre todos os envolvidos neste ataque".

Esta crise durou mais de 70 horas desde o início do ataque, tendo ainda esta manhã ocorrido tiros esporádicos, disparados a partir do edifício onde o comando terrorista se encontrava. Mas a polícia queniana anunciou ao meio da tarde que estava a desativar os explosivos colocados pelo comando; uma medida que foi considerada, por várias fontes, como práticamente o fim da operação.

Uhuru Kenyatta Ansprache Rede
Presidente Uhuru KenyattaFoto: John Muchucha/AFP/Getty Images

Ainda durante a tarde, o representante especial da ONU para a Somália, Nicholas Kay, apelava à comunidade internacional para intensificar a luta contra os islamistas radicais somalis. Segundo ele, devem ser duplicados os esforços "quer do ponto de vista militar, como também político".

A União Africana (UA), por seu lado, prometia intensificar a sua luta contra os islamistas somalis, tendo também condenado o ataque ao centro comercial em Nairobi.

Recorde-se que a UA enviou para a Somália uma forçqa composta por cerca de 17mil homens, a AMISOM, que tem por tarefa apoiar as frágeis autoridades de Mogadíscio no seu combate contra os "shebab" desde 2007. Nos dois últimos anos, a AMISON contribui para desalojar as milícias "shebab" da capital Mogadíscio e Kismyao e de todos os seus bastiões do centro e sul somalis. O Quénia, juntamente com o Uganda e o Burundi, fornecem os três principais contingentes desta força africana financiada pela ONU e pela União Europeia.

Face a esta presença militar queniana na Somália, um porta-voz dos "shebab", Sheik Ali Mohamud Rage, ameaçou o Quénia com novos ataques se Nairobi não decidir retirar as suas tropas da Somália. Numa mensagem sonora em árabe, difundida na tarde desta terça-feira, através do "twitter" e dos fóruns islamistas, Mohamud Rage afirma que "o ataque contra o centro comercial foi uma resposta da nação islamica à ingerência nos assuntos internos da Somália por parte do governo queniano".

As forças quenianas pertencem ao primeiro contingente que entrou na Somália nos finais de 2011, antes de integrarem a AMISON, em junho de 2012.

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