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Queimadas de florestas no norte de Moçambique preocupam ambientalistas

Eleutério Silvestre (Pemba)1 de julho de 2014

A caça e a falta de respeito pelas leis ambientais são as razões apontadas pelas organizações ambientalistas como principais causas da prática de queimadas de florestas em Cabo Delgado província do norte de Moçambique.

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Na foto: queimada no nordeste do BrasilFoto: DW/Jürgen Schneider

Moçambique perde extensas áreas florestais em consequência de queimadas. Só em 2013 o país perdeu cerca de 11 milhões de hectares de floresta. Cabo Delgado é uma das províncias de Moçambique, onde as queimadas são feitas com mais frequência: esta província, no norte de Moçambique, no ano passado, viu reduzida a sua área coberta de floresta em mais de um milhão e 200mil hectares. Isso equivale a 16 por cento dos cerca de 82 mil quilómetros quadrados da totalidade da área florestal da província.

Hafen in Pemba Mosambik
Vista sobre o porto da cidade de Pemba, capital de Cabo DelgadoFoto: DW/E. Silvestre

Queimas são feitas por diversas razões

A prática das queimadas nas comunidades é frequente e praticada por várias razões: há quem queime áreas florestais com a finalidade de abertura de novas áreas de cultivo. Outros pretendem abrir caminhos ou mesmo estradas. E finalmente há os caçadores que incendiam áreas florestais, com método de caça a animais ferozes que se encontram nessas áreas.


Segundo declarações do camponês Minrage Alberto, as necessidades das comunidades são grandes. "Por isso as pessoas optam por enveredar na prática das queimadas, como forma de sobrevivência". Por sua vez, o produtor de hortícolas Magido João considera as queimadas como "atos perigosos com graves efeitos, comparáveis aos da seca ou das cheias e com um grande potencial para travar o desenvolvimento sustentável".

Brandrodung – Guatemala
Queimas prejudicam as próprias comunidadesFoto: CC/thirstyboots07


Ambientalistas exigem campanhas de esclarecimento

Dionísio Agostinho, ambientalista na Associação de Meio Ambiente em Cabo Delgado, defende a necessidade de campanhas de sensibilização, junto das comunidades, para assegurar a gestão e exploração racional dos recursos naturais da província. O objetivo é "manter a capacidade funcional e produtiva para as gerações atuais e vindouras". As queimadas, segundo Dionísio Agostinho, além de empobrecerem o solo, "causam também alterações à formação de nuvens, que quando escasseiam põem em perigo a sobrevivência humana".

Quem sofre são as próprias comunidades

Assane Simão, coordenador do Fórum Terra, entende que há uma enorme falta de instrumentos legais, capazes de contribuir para o combate às queimadas: "Assim torna-se muito difícil contribuir para a preservação dos recursos naturais". Simão explica ainda que as queimadas constituem uma séria ameaça às próprias comunidades, "por destruir os seus meios de subsistência e aumentar os níveis já elevados de vulnerabilidade, agravados pelos efeitos das mudanças climáticas".

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