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Quatro regiões da Ucrânia vão ser incorporadas na Rússia

Lusa
29 de setembro de 2022

A União Europeia e os EUA condenam a anexação de territórios ucrânianos pela Rússia. O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, afirmou tratar-se de "nova violação à soberania e integridade territorial da Ucrânia”.

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 Sepulturas colectivas em Isjum
Quatro regiões ucranianas serão incorporadas a Rússia esta sexta-feiraFoto: kyodo/dpa/picture alliance

Moscovo anunciou nesta quinta-feira (29/09) que as quatro regiões da Ucrânia onde foram realizados referendos sobre a adesão à Rússia serão incorporadas no país amanhã.

 O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que o Presidente russo, Vladimir Putin, participará numa cerimónia que marcará oficialmente a anexação.

 Peskov disse aos jornalistas que os líderes das quatro regiões onde os referendos terminaram na terça-feira (27/09) assinarão os acordos  para se juntarem à Rússia durante a cerimónia no Kremlin.

Guerra da Ucrânia: Referendo de Sham em Donetsk
Ocidente condena processo de anexação de territórios Foto: Alexander Ermochenko/REUTERS

 A anexação oficial já era esperada após a votação nas áreas sob ocupação russa na Ucrânia, cujos habitantes, alega Moscovo, apoiaram esmagadoramente a anexação formal pela Rússia.

Os Estados Unidos e os seus aliados ocidentais condenaram veementemente os referendos, classificando-os como uma farsa e prometendo nunca reconhecer os seus resultados.

Europa continua a apoiar a Ucrânia

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse, na quarta-feira, que os referendos de anexação organizados por Moscovo nas regiões ucranianas foram ilegais e os resultados manipulados.

"Trata-se de uma nova violação à soberania e à integridade territorial da Ucrânia, no contexto de violações sistemáticas dos direitos humanos", disse Borrell através de uma mensagem difundida pela rede social Twitter.

"Nós saudamos a coragem dos ucranianos que continuam a opor-se e a resistir à invasão russa", disse o chefe da diplomacia do bloco europeu.

Alemanha denuncia referendos

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, juntou-se hoje às outras autoridades ocidentais para denunciar os referendos.

Guerra da Ucrânia: Referendo Sham em Sevastopol, Crimeia
Estados Unidos e Ocidente não reconhecem legitimidade do processo de anexaçãoFoto: Alexey Pavlishak/REUTERS

 "Sob ameaças e, por vezes, até sob a mira de armas, as pessoas foram a ser retiradas das suas casas ou locais de trabalho para votarem em urnas de vidro", disse Annalena Baerbock em Berlim.

"Isso é o oposto deeleições livres e justas. Isso é o oposto da paz. É a paz ditada. Enquanto este ditame russo prevalecer nos territórios ocupados da Ucrânia, nenhum cidadão está seguro. Nenhum cidadão é livre", afirmou a ministra alemã.

 As administrações instaladas por Moscovo nas quatro regiões do sul e leste da Ucrânia alegaram. na noite de terça-feira, que 93% dos votos na região de Zaporijia apoiaram a anexação, assim como 87% na região de Kherson, 98% na região de Lugansk e 99% em Donetsk.

 A Ucrânia também classificou os referendos como ilegítimos, dizendo que tem todo o direito de retomar os territórios.

Em 2014, a Rússia já tinha usado o resultado de um referendo realizado sob ocupação militar para legitimar a anexação da península ucraniana da Crimeia, no Mar Negro.

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