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Polícias detidos em Moçambique por suspeita de assassínio

18 de janeiro de 2018

Na cidade de Maxixe, em Inhambane, quatro agentes, incluindo um comandante, foram presos na segunda-feira, acusados da morte de quatro pessoas em 2017. Procuradoria e PRM confirmam detenções, mas sem avançar detalhes.

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Foto: Getty Images/AFP/J. Barreto

A ordem de captura de Joaquim Nascimento, comandante distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM) na cidade de Maxixe, do chefe de operações Julião Muguambe e outros dois agentes, cujas identificações não foi possível apurar, foi emitida pela Procuradoria Provincial de Inhambane.

Os quatro homens são acusados de homicídio qualificado de quatro pessoas no ano passado, no distrito de Funhalouro, que fica a menos de 200 quilómetros de Maxixe, disse esta terça-feira (16.01), em conferência de imprensa, o porta-voz da Procuradoria de Inhambane, José Manuel Ernesto.

Na altura, muitas pessoas acreditavam que os corpos encontrados seriam de supostos membros da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), o principal partido da oposição. As vítimas seriam quatro funcionários que trabalhavam numa empresa de construção civil com sede em Maputo, segundo fontes ligadas à Procuradoria Provincial.

Polícias detidos em Moçambique por alegados assassinatos

José Manuel Ernesto confirmou as detenções, mas negou comentar o assunto alegando que o processo ainda está em segredo de justiça. "Neste momento não temos outras questões a acrescentar porque o processo está numa fase inicial e está em instrução, com réus detidos. Não podemos entrar em mais detalhes", disse.

Também o porta-voz do Comando-Geral da PRM, Inácio Dina, confirmou as quatro detenções e repudiou o comportamento dos agentes que "juraram bandeira para proteger os cidadãos e os seus bens, as instituições e garantir a ordem e segurança e tranquilidade públicas."

Críticas da Liga dos Direitos Humanos

Um membro da Liga dos Direitos Humanos em Inhambane, que pediu anonimato, disse à DW África que a situação é lamentável e alertou para as execuções sumárias que continuam a acontecer no país. "Estamos perante uma situação de execução sumária, em que o cidadão é preso de forma arbitrária, num sítio qualquer, disparam tiros e matam-no", afirma.

"A polícia naquele momento atuou como agente do Estado, de forma autoritária. O papel da polícia é garantir a segurança pública", lembra o ativista. Os agentes "têm de ser punidos individualmente e responsabilizados individualmente", sublinha.

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