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Pré-candidatos à sucessão de Guebuza são próximos do presidente moçambicano

Nuno de Noronha16 de dezembro de 2013

A Comissão Política da FRELIMO propôs na quinta-feira (12.12.) três ministros como pré-candidatos às eleições presidenciais de 2014 em Moçambique: o primeiro-ministro e os das pastas da Agricultura e da Defesa.

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Foto: Ferhat Momade/AFP/Getty Images

O comunicado de imprensa da Comissão Política da Frente de Libertação de Moçambique, FRELIMO, sobre os três pré-candidatos na corrida às eleições presidenciais de 15 de outubro de 2014, menciona três nomes próximos de Armando Guebuza: o atual primeiro-ministro, Alberto Vaquina, o ministro da Agricultura, José Pacheco, e o ministro da Defesa, Filipe Nyusi.

Mas, na verdade, nada está fechado. Os próximos meses serão essenciais na definição do candidato à sucessão de Armando Guebuza na presidência de Moçambique. Segundo o analista político do Instituto Superior de Relações Internacionais de Moçambique, Calton Cadeado, este deverá ser escolhido de acordo com o contexto social, político e económico do país.

Outros nomes poderão surgir dentro do Comité Central do partido. Ainda assim, dos três nomes apresentados, José Pacheco é, para Cadeado, o mais provável na sucessão: “a grande potencialidade [de Pacheco] é a experiência que tem de governação. Ele já está há muito tempo nas lides de poder político, ao contrário dos outros”.

Todos são "facilmente influenciáveis" por Guebuza

“Aqueles nomes têm mais possibilidade de garantir a continuidade de quem está no poder no momento”. Mas Calton Cadeado menciona ainda outra possível razão para a escolha destes nomes. É que, segundo ele, "estas pessoas são facilmente influenciáveis pelo presidente Guebuza, estando ele fora do Governo, mas no partido”.

Com a saída de Guebuza da Presidência de Moçambique, uma vez que completa em 2014 o limite constitucional de dois mandatos consecutivos, o país poderá enfrentar dificuldades sobretudo no que toca à sua expansão, caso a escolha do candidato não tenha em conta o contexto atual do país.

Para Cadeado, do ponto de vista de diplomacia económica, “o presidente Guebuza trouxe uma vantagem muito grande, promovendo a imagem dos recursos do país”. Agora, “se olharmos para José Pacheco, ele é mais político do que economicista, então temos de avaliar de que tipo de presidente precisamos neste contexto”.

“Eleições serão renhidas”

A realidade política de Moçambique mudou em relação às últimas duas corridas presidenciais. E, por isso, poderá haver surpresas, defende Cadeado, que acredita que o pleito “será extremamente renhido”.

Quanto ao futuro de Armando Guebuza, o professor universitário prevê que o líder da FRELIMO continue a dedicar-se aos negócios pessoais e ao partido. Mas, antes de mais, diz Calton Cadeado, Guebuza deverá "querer descanso, uma vez que governação não é brincadeira: as pessoas envelhecem de um dia para o outro”.

Daviz Simango, presidente do Movimento Democrático de Moçambique, MDM, já anunciou a sua candidatura às presidenciais de 2014. Por seu lado, a Resistência Nacional Moçambicana, RENAMO, continua de fora por discordar da lei eleitoral, que considera favorável ao partido no poder, FRELIMO.

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Jose Pacheco
José Pacheco é, segundo Calton Cadeado, o mais provável candidato da FRELIMO às presidenciais de 2014Foto: Leonel Matias
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