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Província angolana de Malanje atravessa grandes dificuldades

Carlos, António23 de agosto de 2013

As autoridades religiosas e tradicionais de Malanje estão preocupadas com a falta de escolas e vias de acesso na província. A população está já a abandonar o interior à procura de melhores condições nas cidades.

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A província de Malanje, no nordeste de Angola, parece não estar ainda na rota do crescimento, como outras províncias do país. Este facto está a dominar as preocupações do arcebispo de Malanje, D. Benedito Roberto, e do rei Buba Mana.

Os investimentos públicos do Governo angolano na província ainda estão aquém do que as autoridades religiosas e tradicionais esperavam.

Grandes discrepâncias

O arcebispo de Malanje tem percorrido a província e encontrado populações a viver em condições muito difíceis. "Da paz beneficiamos todos, mas há grandes discrepâncias no modo de vida", afirma D. Benedito Roberto.

Há pessoas que, ainda hoje, "não conseguem comprar um pouco de sabão", não porque não tenham como pagá-lo, "mas porque o sabão não chega até eles", ou seja, "não há vias", explica. Por isso, acrescenta, ainda há comunidades que lavam roupa com casca de árvores.

"Temos algumas comunas isoladas, municípios sem postos médicos e sem escolas", sublinha também o soberano Buba Mana, que aponta a falta de vias de acesso da capital, Malanje, para o interior da província como fundamental para melhorar a vida das populações.

Faltam escolas e vias de acesso

D. Benedito Roberto refere também que devido à falta de escolas, há muitas crianças e jovens na província que não estão a estudar. "Os professores não vão lá porque os caminhos não o permitem", diz. Para o arcebispo, "a juventude é uma grande preocupação que deve ser sentida pelo Estado e consequentemente pela Igreja."

Todas estas preocupações foram já transmitidas ao vice-presidente da República de Angola, Manuel Domingos Vicente, que visitou a província na semana passada e prometeu mudanças.

Malanje é rica em diamantes, tem terras férteis e detém uma das maiores barragens hidrelétricas de África, para além de belezas naturais como a palanca negra gigante, espécie única no mundo.