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CorrupçãoSão Tomé e Príncipe

PM são-tomense pede investigação a "dívidas ocultas"

Lusa
26 de abril de 2022

O primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe pediu à Justiça para resolver os escândalos financeiros que envolvem o ex-PM Patrice Trovada e outros ligados ao atual Governo, incluindo a gestão dos fundos da Covid-19.

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Jorge Bom Jesus: "Gostaríamos de ver todos esses casos resolvidos para bem de nós todos"Foto: João Carlos /DW

Jorge Bom Jesus reagia a uma notícia publicada pelo jornalista angolano Rafael Marques que voltou a trazer à tona o alegado caso de corrupção no montante de 30 milhões de dólares envolvendo o antigo primeiro-ministro Patrice Trovoada e a empresa China International Found, entretanto arquivado pelo Ministério Público são-tomense.

"Preocupa-me enquanto cidadão, enquanto governante, enquanto patriota que questões como essas apareçam constantemente para beliscar a imagem de São Tomé e Príncipe, por isso mesmo eu peço aos tribunais que todos esses problemas sejam rapidamente resolvidos nas esferas próprias para que nós possamos enterrar de uma vez por todas, todos esses escândalos financeiros", disse esta segunda-feira (25.04) Jorge Bom Jesus.

Além desse caso que envolve o ex-primeiro-ministro, Patrice Trovoava, o primeiro-ministro defendeu que "há que se apontar os casos concretos" que contribuem "para que se continue a rotular São Tomé e Príncipe de país corrupto" e que o próprio Governo quer ver esclarecido.

Portugal Lissabon Rafael Marques Menschenrechtsaktivist
Rafael Marques, jornalista e ativista angolano, trouxe à tona caso de corrupção envolvendo ex-PM são-tomenseFoto: DW/J. Carlos

Outros casos

"O caso das pontes de água grande, já lá vão um ano e meio e nós não temos uma decisão dos tribunais ou da Procuradoria da República no sentido de nos dizer exatamente o que é que se passou", lamentou relativamente às denuncias de sobrefaturação de obras de construção de três pontes sobre o rio Água Grande, na cidade de São Tomé.

O chefe do Governo pediu também a intervenção da justiça para se esclarecer as constantes denúncias sobre a alegada má gestão da ajuda internacional que o Governo recebeu para o combate a pandemia da Covid-19 em São Tomé e Príncipe.

"Todos os relatórios financeiros nós remetemos à Assembleia Nacional. Se algum problema houver, que chamem o Governo e eu estou disponível para prestar todo tipo de esclarecimento, agora não se pode estar constantemente a falar de corrupção e as vezes lamentamos que algumas entidades com responsabilidade corroborem também nesta senda de proclamação de rótulos de que São Tomé e Príncipe é corrupto", disse o primeiro-ministro.

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Combate à corrupção

"Nós gostaríamos de ver todos esses casos resolvidos para bem de nós todos para que depois o próprio Governo possa depois tomar decisões e que depois os prevaricadores sejam punidos e nós respeitarmos as decisões dos tribunais", acrescentou Jorge Bom Jesus, defendendo que o seu Governo "nem é o mais corrupto deste país, nem é corrupto".

"Este primeiro-ministro não é corrupto. Se alguém tiver algum caso que me aponte, mas com casos concretos, não estar a especular", precisou Jorge Bom Jesus.

O governante quer alguma coisa seja feita para "que todos esses problemas sejam esclarecidos para o bem de São Tomé e Príncipe", considerando que o país tem "parcos recursos" e que também do estrangeiro recebe "tão pouco recursos" por isso acredita "que haja tanto 'dinheiro para são-tomense comer'" e "tornar no país mais corrupto".

Jorge Bom Jesus reagiu também as recentes declarações do Procurador-geral da República, Kelve Nobre de Carvalho que há cerca de duas semanas denunciou a falta de investimento do Estado são-tomense no combate a corrupção e considerou que "a soberania judiciária está beliscada em São Tomé e Príncipe".

"Todos nós sabemos quanto é que a casa gasta e nós gostaríamos de investir muito mais" nos órgãos de polícia e da justiça "que precisam de cada vez mais recursos" equipamento e formação de quadro, "mas o país tem dado aquilo que é possível dar e toda gente sabe".

"A realidade da Procuradoria é esta: falta dinheiro, não é má vontade política", respondeu o primeiro-ministro.

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