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Primeiro-ministro nomeia novo Executivo na RDC

Reuters | Lusa | kg
26 de agosto de 2019

Anúncio dos membros do novo Governo ocorreu sete meses depois da tomada de posse do Presidente congolês, Felix Tshisekedi. Governo de coligação entre apoiantes de Kabila e Tshisekedi é formado por 65 membros.

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O Presidente da RDC, Felix Tshisekedi (à esquerda), e o antigo Presidente Joseph Kabila (à direita)Foto: REUTERS

Pouca ou nenhuma experiência na administração pública e forte ligação com o antigo Presidente Joseph Kabila. Este é o perfil da maioria dos membros escolhidos para formar o novo Executivo da República Democrática do Congo. Os nomes foram anunciados esta segunda-feira (26.08) pelo primeiro-ministro Sylvestre Ilunga Ilunkamba, sete meses depois da tomada de posse do Presidente congolês, Felix Tshisekedi, a 24 de janeiro.

"Aqui está finalmente o Executivo. Com o Governo instalado e depois da investidura da Assembleia Nacional, em breve, começaremos a trabalhar", afirmou o primeiro-ministro, que foi nomeado a 20 de maio.

Sylvestre Ilunga Ilunkamba des. Premierminister DR Kongo
Sylvestre Ilunga Ilunkamba: "Aqui está finalmente o Executivo"Foto: Presidence RDC

Trata-se de um Governo de coligação com 65 membros, nomeadamente, 48 ministros e 17 vice-ministros. A coligação foi formada entre as forças políticas de Tshisekedi, vencedor das eleições presidenciais de 30 de dezembro, e o seu antecessor, Joseph Kabila, que manteve a maioria no Parlamento e nas 26 províncias do maior país da África Subsariana.

O acordo entre as partes, assinado em julho, estabeleceu que 42 elementos seriam colocados pelo movimento opositor de Kabila, a Frente Comum pelo Congo (FCC), e 23 pelo partido Mudança de Rumo (CACH), do Presidente da República. "Esta é uma experiência de coabitação que é a primeira no nosso país", acrescentou o primeiro-ministro.

Novos membros

Segundo Ilunga Ilunkamba, as discussões entre as duas forças políticas "levaram tempo", porque era necessário "esvaziar tudo o que pudesse impedir o funcionamento do Governo". Do total de ministros, 76,9% nunca foram membros do Governo anteriormente, o que representa "uma inovação importante", de acordo com o primeiro-ministro.

Apenas 17% dos novos membros são mulheres. "Esta percentagem ainda é fraca, mas tem de se pesar a importância das pastas que foram atribuídas às mulheres", explicou Ilunga Ilunkamba.

Entre os nomeados, o antigo diretor-geral dos impostos Sele Yalaghuli vai ocupar o cargo de ministro das Finanças. Ngoy Mukena, um aliado próximo de Kabila, será o novo ministro da Defesa.

As eleições de 30 de dezembro puseram fim a dois anos de demora e incerteza. Joseph Kabila, que estava no poder desde 2001, concluiu por lei seu segundo e último mandato em dezembro de 2016, mas continuou na Presidência até as eleições no ano passado. O triunfo de Felix Tshisekedi, com 38,57% dos votos, foi posto em dúvida por observadores nacionais, assim como pelo opositor Martin Fayulu, o segundo colocado nas urnas.

Os resultados das eleições legislativas, realizadas no mesmo dia das presidenciais, deram uma larga maioria às forças favoráveis ao Presidente cessante, Joseph Kabila, com cerca de 70% dos assentos no Parlamento, além de ampla maioria nas assembleias provinciais.