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A Cooperação Técnica Alemã (GIZ) activou 200 comités de gestão de riscos de calamidades para tentar evitar novas mortes em Moçambique. Trabalho, em parceria com o INGC, reforça sistema de aviso prévio às comunidades.
A Cooperação Técnica Alemã (GIZ) apoia as comunidades moçambicanas para evitar a ocorrência de novas mortes devido a calamidades, em regiões propensas a catástrofes no país.
Para o efeito, a GIZ criou 200 comités de gestão de risco de calamidades. Os membros dos comités participaram em formações nas áreas de informação, procura de abrigos e primeiros socorros.
A ideia é que as próprias comunidades disseminem a informação, depois de aviso prévio lançado pelas autoridades moçambicanas, em caso de ameaça de uma vaga de cheias ou de ciclones.
Em Xai-Xai, província de Gaza, a população busca abrigo no telhado das casas para se salvar das cheias
Segundo Erik Salas, do GIZ, nesses casos são disponibilizados materiais para os responsáveis das comunidades a fim de facilitar a disseminação das informações.
"Quando está a vir um ciclone, temos chuvas muito intensas", explica Salas. Diante dessa situação, o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) mobiliza os comités locais de gestão de risco de calamidades "para que eles, antes de chegar o ciclone ou de ter uma inundação, trabalhem com a comunidade, identificando os sítios de abrigo e os meios de transporte", revela o responsável da GIZ.
Trabalho conjunto quer reduzir a vulnerabilidade
Depois das cheias teme-se agora a ocorrência de ciclones. Os meses de fevereiro e março são propensos a este fenómeno.
Assim, a GIZ assegura que, por meio do sistema de aviso prévio, existem condições para evitar perdas humanas.
Erik Salas diz que as comunidades que frequentemente sofrem com as catástrofes sabem o que fazer nestas situações. Moçambique é vulnerável às calamidades daí a necessidade de estar preparado.
Segundo o representante da GIZ, é feito um trabalho conjunto. "O INGC, com o nosso apoio e de outros parceiros, ativa os comités locais e assegura de que existem condições para receber as comunidades em centros de abrigo resistentes a ciclones. Assegura os alimentos, a água necessária e os serviços básicos para o funcionamento daqueles centros de abrigo" revela.
Salas destaca que o envolvimento das comunidades é fundamental para o sucesso do trabalho. "Estar todo o tempo em contato com os comités locais de gestão de risco de calamidades demonstrou-se como fator mais importante para reduzir os danos e perdas de vidas humanas", garante.
"Se estamos preparados, não teremos calamidades. Se não estamos preparados, teremos calamidades", diz Erik Salas da GIZ
Pobreza impõe limites aos avanços
A Cooperação Técnica Alemã (GIZ) trabalha na prevenção das catástrofes naturais com as autoridades moçambicanas há mais de dez anos. As populações de algumas regiões já estão organizadas para o efeito.
"Quando as populações têm informação, quando compreendem que elas mesmas podem mudar suas vida, (então) podem reduzir seus riscos", afirma o representante da GIZ, Erik Salas.
O INGC, em parceria com a GIZ, disponibilizou meios para facilitar a comunicação, no vale do Zambeze. Mas, Erik Salas lamenta as limitações que ainda existem.
Para ele, a pobreza é o maior desastre que existe nas comunidades rurais e urbanas de Moçambique, porque impõe limites ao trabalho.
"Se estamos preparados, não teremos calamidades. Se não estamos preparados, teremos calamidades. Acho que esta é a mensagem central do nosso trabalho", revela.
Muito recentemente o governo aprovou um projeto de lei, a ser submetido ao Parlamento, que visa proteger e evitar as mortes dos afectados, nos centros de acomodação.
As chuvas em Moçambique, segundo os últimos dados, provocaram a morte de mais de cem pessoas e mais de 250 mil estão afectadas.
Autor: Romeu da Silva (Maputo)
Edição: Cristiane Vieira Teixeira/António Rocha