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Von der Leyen defende aposta tecnológica em África

ms | DW (Deutsche Welle) | com agências
14 de setembro de 2022

Ursula von der Leyen anunciou que duas fábricas de produção de vacinas estão a ser construídas no Ruanda e no Senegal, em África e para África. Guerra, inflação e crise energética dominaram discurso sobre o Estado da UE.

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Foto: Jean-Francois Badias/AP Photo/picture alliance

"Juntamente com os nossos parceiros africanos, estamos a construir duas fábricas no Ruanda e no Senegal para fabricar vacinas mRNA. Estas serão fabricadas em África, para África, com tecnologia de classe mundial", disse Ursula von der Leyen no seu terceiro discurso sobre o Estado da União Europeia (UE), na sessão plenária do Parlamento Europeu.

Na cidade francesa de Estrasburgo, a líder do executivo comunitário revelou que Bruxelas tenciona agora "replicar esta abordagem em toda a América Latina como parte de uma estratégia de envolvimento mais ampla".

"O nosso futuro também depende da nossa capacidade de nos envolvermos para além do núcleo dos nossos parceiros democráticos. Países próximos e distantes partilham um interesse em trabalhar connosco nos grandes desafios deste século, tais como as alterações climáticas e a digitalização", contextualizou Ursula von der Leyen.

Um ano após ter anunciado uma estratégia europeia para promover ligações inteligentes, limpas e seguras a nível digital, da energia e dos transportes e reforçar os sistemas de saúde, de educação e de investigação em todo o mundo, a responsável lembrou que esta aposta "é a principal ideia por detrás do Global Gateway, o plano de investimento anunciado há um ano e que já está a dar resultados no terreno".

Ainda assim, Ursula von der Leyen sublinhou que é necessário "investimento à escala global", razão pela qual a UE vai "trabalhar em equipa com os amigos nos Estados Unidos e com outros parceiros do G7 para fazer com que isto aconteça".

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Sanções da UE contra a Rússia

As sanções da UE contra a Rússia "vieram para ficar", disse também a presidente da Comissão Europeia, no seu terceiro discurso sobre o Estado da UE, uma vez mais num contexto de crise, com a guerra, a inflação e a crise energética como pano de fundo.

Ursula von der Leyen, que preside ao executivo comunitário desde 2019, expôs os planos de Bruxelas para combater a crise energética e a resposta em curso à Rússia. "Este não é o momento para apaziguamento", disse.

"Esta não é apenas uma guerra contra a Ucrânia. É uma guerra contra a nossa energia, a nossa economia, os nossos valores e o nosso futuro. Trata-se de autocracia versus democracia. E é minha convicção que, com coragem e solidariedade, Vladimir Putin será derrotado e a Europa prevalecerá", disse.

A líder da Comissão Europeia defendeu a reação da UE à invasão russa da Ucrânia, afirmando que "os europeus não se esconderam nem hesitaram" e "estiveram à altura do desafio".

Von der Leyen anunciou também que viaja para Kiev esta quarta-feira (14.09), onde se irá reunir com o Presidente Volodymyr Zelensky, e salientou que o apoio da UE à Ucrânia continuará a ser "inabalável".

Ursula von der Leyen reúne-se hoje com Volodymyr Zelensky em Kiev
Ursula von der Leyen reúne-se hoje com Volodymyr Zelensky em KievFoto: Sergei Supinsky/AFP/Getty Images

Reforma energética

Ursula von der Leyen defendeu que os lucros extraordinários das empresas do setor do petróleo, gás, carvão e refinarias devem "ser canalizados para os que mais precisam", propondo uma contribuição solidária.

A ideia seria obrigar os "produtores de eletricidade a partir de combustíveis fósseis a dar uma contribuição para a crise", fazendo com que esta taxa obtenha verbas para apoios sociais, explicou a líder do executivo comunitário, que espera angariar 140 mil milhões de euros para os Estados-membros, através da tributação dos lucros das empresas de electricidade.

Na sua intervenção, a líder do executivo comunitário anunciou também uma meta para "reduzir a procura [de eletricidade] durante as horas de ponta, que fará com que a oferta dure mais tempo e baixará os preços". Todas estas medidas são "de emergência e temporárias", concluiu Ursula von der Leyen.

Na atual configuração do mercado europeu, o gás determina o preço global da eletricidade quando é utilizado. Na UE, tem havido consenso de que este atual modelo de fixação de preços marginais é o mais eficiente, mas a acentuada crise energética, exacerbada pela guerra da Ucrânia, tem gerado discussão. A UE depende muito das importações de combustíveis fósseis, nomeadamente do gás da Rússia, e o atual contexto levou a preços voláteis na eletricidade.

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