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Possível segunda volta para presidencias no Senegal

28 de fevereiro de 2012

Resultados provisórios oficiais da primeira volta da eleição presidencial no Senegal esperam-se para terça-feira. Mas, a diferença é ligeira entre o presidente cessante Abdoulaye Wade e o ex-primeiro ministro Macky Sall.

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Resultados provisórios da eleição presidencial no Senegal (26.02.12)apontam para ligeira vantagem do presidente cessante Abdoulaye Wade
Resultados provisórios da eleição presidencial no Senegal (26.02.12)apontam para ligeira vantagem do presidente cessante Abdoulaye WadeFoto: REUTERS

Mais de cinco milhões de eleitores foram chamados às urnas, no domingo (26.02.12) para um escrutínio que se desenrolou tranquilamente em oposição à vaga de violências das últimas semanas. O nível de participação rondou os 60%, segundo dados da Comissão eleitoral, uma percentagem menor em relação aos 70% da presidencial de 2007.

Segundo a Comissão Eleitoral Nacional Autónoma (CENA), os resultados provisórios oficiais da eleição presidencial no Senegal deverão ser divulgados na terça-feira a nível departamental e na próxima sexta feira a nível nacional.
Segunda volta à vista?

A oposição afirma que vai haver uma segunda volta. Babou Diallo, correpondente da DW África na capital senegalesa especifica dizendo que “neste momento o Senegal se dirige para uma segunda volta entre Wade e Sall”.

Um dia após a eleição presidencial (27.02.12), estimativas apontam Macky Sall, o ex-primeiro ministro do Senegal como o mais forte opositor de Abdoulaye Wade
Um dia após a eleição presidencial (27.02.12), estimativas apontam Macky Sall, o ex-primeiro ministro do Senegal como o mais forte opositor de Abdoulaye WadeFoto: DW/D.Köpp

O Professor de Direito Constitucional na Universidade Cheick Anta Diop de Dacar, Ameth Ndiaye, acredita que haverá uma segunda volta e acrescenta "para que Macky Sall esteja confortável na sua posição de opositor e para assegurar a vitória final, ele deverá congregar à volta do seu projeto político a família do M23 - Movimento 23 de junho-oposição e mostrar as qualidades de um político de consenso... de união."O professor Ameth Ndiaye acrescenta ainda: "Estou certo que saberá desenvolver uma boa estratégia e penso que [Macky Sall] poderá ser o próximo Presidente."
Com base nas informações que circulam no Senegal, Ameth Ndiaye não tem dúvidas que uma “segunda volta é inevitável e a maioria dos senegaleses será praticamente forçada a apoiar um candidato liberal.” Ndiaye não acredita “numa abstenção por parte dos socialistas que se envolveram muito nessa eleição”.

No entanto, para os apoiantes do presidente cessante, Abdoulaye Wade, ainda não se pode falar numa segunda volta.

Opiniões divididas O certo é que, no domingo, as opiniões dos eleitores sobre o escrutínio foram várias e muito divididas. O eleitor Paul Seck dizia: “Este foi um grande dia para mim de poder cumprir o meu dever de cidadão. Há muito tempo que o Senegal esperava por esta eleição e agora espero que não haja problemas.”

A senhora Diop foi uma das primeiras a votar e considera que “o futuro do país está em jogo e por isso é fundamental para mim votar”. Um outro jovem ainda afirmava que não queria mais ouvir falar do reinado de Wade depois de 12 anos do seu governo. “Esperamos que Wade perca esta eleição. Penso que poucas pessoas votaram nele”, dizia. “Não queremos mais este velho!”, concluiu.

Entretanto, segundo os analistas, a data para uma eventual segunda volta vai depender do exame por parte do Conselho Constitucional de possíveis queixas dos candidatos. Essa data seria 18 de março.

Autor: Alexander Göbel / Eric Topona / António Rocha
Edição: Carla Fernandes / Nádia Issufo

Analistas acreditam que os senegaleses vão voltar às urnas
Analistas acreditam que os senegaleses vão voltar às urnasFoto: Reuters
Apoiantes de Abdoulaye Wade durante a campanha eleitoral. Após a divulgação dos primeiros resultados, eles não querem falar numa segunda volta
Apoiantes de Abdoulaye Wade durante a campanha eleitoral. Após a divulgação dos primeiros resultados, eles não querem falar numa segunda voltaFoto: REUTERS