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Presidente angolano visita Bié para avaliar problemas

José Adalberto (Cuito)
18 de outubro de 2019

Presidente angolano iniciou esta sexta-feira uma visita de dois dias ao Bié. Munícipes ouvidos pela DW esperam de João Lourenço soluções para problemas da província, como desemprego, falhas de energia e falta de água.

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Presidente angolano já passou pela cidade do Cuíto Foto: DW/J. Adalberto

O chefe de Estado angolano trabalha desde as primeiras horas desta sexta-feira (18.10) no Bié, região do planalto central, no âmbito da sua presidência aberta. À semelhança da última visita à província do Moxico, João Lourenço optou por iniciar a sua jornada de trabalho fora da capital. Escolheu Cuemba, município que fica a 162 quilómetros do Cuíto (Bié), para a primeira etapa da visita de dois dias.

A visita do Presidente é aguardada com muita expectativa pela população local. Conhecer de perto a realidade atual da província do Bié e impulsionar a resolução dos problemas nos domínios económico e social são alguns dos objetivos.

Esta manhã, João Lourenço esteve no município do Cuemba, onde foi recebido pelo governador da província, Pereira Alfredo, e por membros do seu executivo e população. Seguiram-se um encontro com o governo provincial, uma deslocação ao antigo hospital do Cuemba e a inauguração do novo hospital Regional do Cuemba. Já na cidade do Cuíto, o Presidente da República inaugurou o Aeroporto Joaquim Kapango e visitou o Hospital Provincial do Bié.

Jovens esperam mais oportunidades

Inaugurações à parte, a etapa que os biénos consideram ser a mais importante está reservada para este sábado (19.10): a reunião de João Lourenço com o conselho Provincial de Auscultação da Comunidade e o encontro interativo que o chefe de Estado deve manter com a juventude da província.

Presidente angolano visita Bié para avaliar problemas

O jovem empreendedor Martins Caposso, um dos poucos que terá a oportunidade de ouvir e questionar o chefe de Estado, espera do Presidente da República ações concretas de apoio à juventude, como a concessão de créditos bancários para o desenvolvimento das suas atividades. "Espero que o Presidente abra mais oportunidades. Temos tido muitas dificuldades que vieram agravar-se com o IVA", diz.

"A nossa cidade não dispõe de indústrias", lembra também Albino Hime, outro cidadão ouvido pela DW África, que espera que a visita do Presidente ao Bié estimule a industrialização da província, numa altura em que as pequenas iniciativas acabam por esbarrar na burocracia e outras práticas menos atrativas ao desenvolvimento."Porque existem empresários com vontade e é isso que eles reclamam", acrescenta.

Chega de promessas

Já Fernando Domingos entende que o Bié não pode continuar a viver de promessas e que este é momento de o executivo avançar para a implementação dos programas engavetados ao longo dos anos.

"Porque é que a nossa província não é dinâmica igual às outras? Há aqui promessas sobre emprego, promessas sobre a diversificação da economia da província, de melhoramento dos municípios, mas tudo isso não se concretiza", reclama o munícipe.

As vias de acesso intermunicipais são outro obstáculo apontado ao desenvolvimento socioeconómico da província. Martins Capusso espera que o chefe de Estado ajude a desbloquear a reabilitação de vários troços. "Porque com as vias de acesso reabilitadas, facilita o escoamento da produção e isso ajuda no crescimento dos empreendedores", lembra.

Antes do seu regresso a Luanda, o Presidente da Republica vai ainda ao Cemitério Monumento, onde renderá homenagem aos mártires do Cuíto, para horas depois inaugurar a segunda fase do Sistema Abastecimento de água ao Cuíto.