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ReligiãoGuiné-Bissau

Agudiza-se a polémica entre Presidente e bispo de Bissau

Iancuba Dansó (Bissau)
5 de janeiro de 2022

Agudiza-se a polémica entre o Presidente guineense e o bispo de Bissau, que foi recentemente alvo de críticas de Umaro Sissoco Embaló. Igreja Católica não marcou presença nos cumprimentos de Ano Novo ao chefe de Estado.

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Foto: presidency GB

A polémica entre Umaro Sissoco Embaló e o bispo da diocese de Bissau, Dom José Lampra Cá, começou no passado 29 de dezembro, quando o primeiro-ministro guineense, Nuno Nabiam, recebeu em audiência os líderes religiosos para abordar assuntos atuais do país.

Depois desta audiência, o bispo falou à imprensa. "A Guiné-Bissau não poderá ser feliz se os seus filhos ou cidadãos não colaborarem no sentido de terem um comportamento moral e repreensível e também no sentido de assumirem a responsabilidade de poderem respeitar escrupulosamente as leis do país", disse na altura.

Estas declarações de Dom José Lampra Cá não caíram bem ao Presidente da República, que atacou o líder religioso. "Eu não sei se o bispo faz política [partidária]. O que sei é que o lugar do bispo é na igreja, do imame é na mesquita e do pastor é no lugar de culto. Mas se quer fazer política que nos diga, há vários partidos que lhe querem dar o cartão e se quiser que o tome", disse Umaro Sissoco Embaló.

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Onda de reações às críticas de Sissoco

Estas declarações do Presidente da República provocaram uma onda de reações, de padres a cidadãos comuns, que repudiaram a posição de Umaro Sissoco Embaló.

O sociólogo Infali Donque disse à DW África que a polémica "não faz sentido, na medida em que não se pode conotação dos bons ofícios das igrejas e outras confissões religiosas com um ato político."

A Guiné-Bissau é um Estado laico que apresenta várias dificuldades em quase todos os setores. O país está a ser marcado por forte desentendimento político entre o chefe de Estado e o primeiro-ministro, uma situação vivida há vários meses.

O antigo dirigente da Juventude Islâmica da Guiné-Bissau Malam Braima Sambú considera que as religiões e os seus líderes têm muito para contribuir na pacificação do país.

"Os religiosos devem ser reservados a esse papel de combater a divisão, de promover a verdade, de combater o ódio, sobretudo aqueles que odeiam o bem-estar e a competência, devem ser moralisados e trabalhados pelos religiosos para que possam dar o melhor que têm para a sociedade. E também devem ser os primeiros soldados da paz", destaca.

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