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Polícia nega autoria da emboscada ao lider da RENAMO

Bernardo Jequete (Chimoio) / Lusa14 de setembro de 2015

O comandante da Polícia da República de Moçambique em Manica nega a autoria da emboscada à comitiva do líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, quando regressava do distrito de Macossa depois de um comício popular.

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Foto: António Cascais

Uma caravana de automóveis em que seguia o presidente da RENAMO, Afonso Dhlakama, foi atacada ao início da noite de sábado (12.09) na província de Manica, centro de Moçambique, havendo pelo menos sete feridos, três da RENAMO, um dos quais grave, e quatro presumíveis atacantes.

Armando Mude, comandante da polícia em Manica, disse em conferência de imprensa, nesta segunda-feira (14.09), que "o ataque foi protagonizado por indivíduos armados e desconhecidos pela corporação".

Por volta das 19 horas e 20 minutos de sábado, a comitiva da RENAMO foi surpreendida com disparos de armas ligeiras e bazucas de homens desconhecidos que abriram fogo quando a caravana se encontrava em Chibata, a cerca de 15 quilómetros da cidade de Chimoio.

O correspondente da DW África, Bernardo Jequete testemunhou o ataque junto com outros jornalistas que também integravam a comitiva.

Entretanto, para amainar a fúria dos atacantes, a força da RENAMO que acompanhava Afonso Dhlakama respondeu de imediato com o objetivo de manter a segurança do seu líder cuja viatura foi atingida com uma bala na porta esquerda, ou seja, do lado do guarda-costas.

Quase vinte minutos depois da emboscada, repelida a tiros pela guarda da RENAMO, uma viatura da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), lotada de agentes desta força, passou no local, fazendo sinais de emergência, observou também o jornalista da agencia Lusa. Meia hora depois, uma ambulância cruzou o local em direção a Chimoio.

Um dos motoristas, cuja viatura ficou totalmente danificada com os tiros que se presume serem de metralhadoras AK47, contou à DW África, momentos após o calar das armas que “estavam a disparar, eu estava no chão apenas com um colete e um carregador, alguém chegou e apontou-me uma arma”.

A morte de Dhlakama "não significa o fim da RENAMO"

Já o líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, acusa e diz que o ataque tem a mão da FRELIMO que, segundo ele, pretende elimina-lo para acabar com o seu partido, e consequentemente, com a democracia em Moçambique. Mas Dhlakama avisa que “a sua morte não significa o fim da RENAMO”.

Em conferência de imprensa em Manica Armando Mude, comandante da polícia respondeu a acusação do líder da RENAMO ao afirmar que "para matarmos o líder da RENAMO ou os homens armados que o acompanhavam temos a capacidade de o fazer em pouco tempo. Eles estiveram aqui na minha cidade de Chimoio e querendo seria muito fácil para nós. Era só cercar um perímetro e matar todos eles. Porquê não o fizemos no local e deixamos esta operação para ser realizada no mato?", questionou o comandante da polícia de Manica.Refira-se que o tiroteio aconteceu próximo de um instituto de formação de professores onde os formandos e a população circunvizinha ficaram aterrorizados colocando-se em fuga quase imediata para o distrito de Vanduzi na mesma província de Manica.

Comunidade internacional condena o uso de violência

Mosambik - Afonso Dhlakama in Chimoio
Afonso Dhlakama em ChimoioFoto: DW/J. A. Verdade

A embaixada dos Estados Unidos da América, em Maputo, reagiu a este ataque tendo demonstrado preocupação pelo que aconteceu na noite do dia 12 de setembro contra a caravana do partido Renamo. Segundo um comunicado enviado pela missão diplomática à agencia Lusa, ficou reiterado "a sua condenação ao uso da violência para o alcance de quaisquer propósitos políticos".

A embaixada recebeu positivamente as declarações feitas pelo líder da Renamo, desencorajando a retaliação ao ataque de sábado. "Encorajamos todos os atores do processo democrático moçambicano a procurarem soluções pacíficas através de um diálogo construtivo", finaliza o comunicado enviado à Lusa.

Recorde-se que Moçambique vive momentos de incerteza política, com o líder da Renamo a não reconhecer os resultados das últimas eleições gerais e a exigir a governação nas províncias onde reclama vitória, sob ameaça de tomar o poder pela força.

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