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Polícia lança gás lacrimogéneo contra manifestantes no Mali

kg | com agências
11 de julho de 2020

No segundo dia de protestos consecutivos contra o Presidente maliano, Ibrahim Boubacar Keita, as autoridades registam mais de 40 feridos. Oposição diz que sua sede foi invadida por agentes de segurança.

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Manifestantes montam barricadas na capital do Mali, BamakoFoto: picture-alliance/AP Photo/B. Ahmed

A polícia do Mali lançou este sábado (11.07) gás lacrimogéneo contra manifestantes na capital do Mali, no segundo dia consecutivo de protestos contra o Governo. Os agentes desafiaram o mais recente pedido de diálogo feito pelo Presidente Ibrahim Boubacar Keita.

A participação nos protestos foi muito menor do que na sexta-feira (10.07), dia em que se juntaram milhares de manifestantes, ocupando a estação de televisão estatal e lançando um ataque contra o Parlamento maliano.

A coalizão de oposição do Mali disse as forças de segurança invadiram a sua sede este sábado e prendeu um dos líderes dos protestos. 

Os protestos causaram a morte a um cidadão e provocaram feridos, que continuam a chegar ao hospital da capital e que são já mais de 40, disse o porta-voz do hospital Gabriel Toure em Bamako, Djime Kante. Pelo menos uma pessoa foi morta. 

Os protestos vêm intensificar a oposição ao Presidente Ibrahim Boubacar Keita, a dois anos do fim do seu mandato. Keita tentou apaziguar os manifestantes e, num discurso ao país, prometeu renovar o Tribunal Constitucional, alegadamente comprometido com o poder político.

"Gostaria mais uma vez de tranquilizar o nosso povo quanto à minha vontade de continuar o diálogo e reiterar a minha disposição para tomar todas as medidas ao meu alcance para acalmar a situação", disse.

Vaga de protestos

Esta foi a terceira grande manifestação organizada em menos de dois meses pela coligação do Movimento do 5 de Junho, integrado por religiosos, políticos e personalidades da sociedade civil, que contesta o Presidente Keita, no cargo desde 2013. 

Esta contestação, animada pelo imã Mahmoud Dicko, considerada uma figura muito influente, faz recear aos parceiros do Mali um agravamento da instabilidade de um país já confrontado desde 2012 com ataques de milícias fundamentalistas, a que se juntaram desde há cinco anos confrontos intercomunitários. 

O Movimento 5 de Junho exige a dissolução do Governo, a formação de um Executivo, do qual designaria o primeiro-ministro, bem como a substituição de nove membros do Tribunal Constitucional, acusados de articulação com o poder político.