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O único deputado africano da Alemanha luta contra racismo

Daniel Pelz | ni
22 de setembro de 2017

Karamba Diaby é o primeiro africano negro a ocupar o cargo deputado federal na Alemanha. O candidato do SPD luta pela sua releição. Apesar das ameaças e dos insultos racistas, Diaby está determinado a seguir em frente.

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Karamba Diaby é candidato do SPD, Partido Social-DemocrataFoto: picture alliance/dpa/S. Stache

Para Karamba Diaby este dia poderia ser perfeito para o último minuto campanha eleitoral. Em Halle, os potenciais eleitores passeiam pelo centro da cidade. Diaby tem de 55 anos de idade e, desde 2013, é membro do Parlamento, participa num debate ao ar livre com membros de uma iniciativa jovem. 

Karamba Diaby já conhece o eleitorado: "Eu distingo entre um pequeno grupo de pessoas que não querem conversar, que não estão preparadas para o diálogo, que não têm sugestões sobre como melhorar esta sociedade da grande massa de pessoas democráticas que são solidárias e cosmopolitas, que são a maioria nesta sociedade."

Karamba Diaby é alvo da extrema-direita 
Diaby foi alvo de uma forte campanha de ódio levada a cabo por grupos de direita nas redes sociais, como o Facebook. Por exemplo, em agosto passado, o partido NPD de extrema-direita publicou no Facebook frases ofensivas contra o candidado, como por exemplo: "Isso é o que o SPD chama de pessoas do povo alemão" e alguns internautas chamaram-no de "macaco preto".

Deutschland Karamba Diaby SPD Wahlkampf 2017 in Halle
Foto: DW/D. Pelz

O candidato - que nasceu no Senegal - perdeu os pais muito cedo e veio para a Alemanha muito novo, em 1985, para estudar Química. Aprendeu alemão e fez de Halle a sua cidade depois de se casar com uma cidadã alemã. 

O deputado, mesmo enfrentando problemas, decidiu que não vai desistir e diz que "se alguém divulga as suas posições políticas nas redes sociais, as disputas já não são realizadas de forma prática, mas há sim tentativas de intimidar representantes democraticamente eleitos e outras pessoas com silêncio e ameaças".

Racismo na campanha eleitoral alemã

Alto nível de distúrbios na campanha eleitoral

Desafios não são novidade para vários candidatos que participam nas eleições deste ano.

Desde que o Governo decidiu abrir as  fronteiras para cerca de 890 mil refugiados há dois anos, o clima aqueceu nalgumas regiões. 

Manisfestantes de extrema-direita tentaram mesmo causar distúrbios nos comícios eleitorais da chanceler Angela Merkel. A polícia federal alemã registou 2.250 casos criminais relacionados com a campanha eleitoral, na sua marior danos em propriedades e insultos. 

Sobre as atitudes violentas, o candidato Diaby argumenta que "as pessoas pedem sempre liberdade de expressão quando ameaçam alguém, quando insultam, quando conhecem alguém com certos comentários anti-constitucionais. Eu digo: não, isso não tem nada a ver com a liberdade de expressão".