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Nuno Nabiam vai governar Guiné-Bissau a partir de hotel

29 de abril de 2020

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Nuno Gomes Nabiam, foi infetado com o novo coronavírus. Em entrevista à DW África, diz que está "bem" e que não há razões para alarmismos.

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Foto: Seyllou/AFP/Getty Images

A situação é inédita na Guiné-Bissau. O Ministério do Interior está encerrado depois da morte com Covid-19 do comissário nacional da Polícia de Ordem Pública. No final da noite de terça-feira (28.04), as entidades sanitárias anunciaram que o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, o ministro do Interior, Botche Candé, e mais de metade dos membros do Governo testaram positivo à Covid-19. Outros ainda aguardam pelos resultados.

Na Guiné-Bissau, há registo, até ao momento, de 197 infeções com o novo coronavírus. O país está em estado de emergência, pelo menos, até 11 de maio.

Em entrevista exclusiva à DW África, o primeiro-ministro Nuno Gomes Nabiam assegura que está estável e que, a partir desta quarta-feira (29.04), passará a dirigir o país de um hotel em Bissau. Apela também à população para continuar a seguir as recomendações das autoridades de saúde.

DW África: Confirma que testou positivo para a Covid-19?

Nuno Gomes Nabiam (NGN): Exatamente, a informação é correta. Fiz o teste anteontem (27.04), o resultado foi positivo e confirma-se que estou infetado com Covid-19. Mas estou bem, estou estável, estou sob cuidados médicos. Estou a ser submetido ao tratamento para tal, espero que recupere dentro de pouco tempo, para poder continuar a minha atividade do dia a dia.

DW África: O Sr. primeiro-ministro está em casa neste momento?

NGN: Estou em casa, estou à espera da equipa médica da Comissão Interministerial, que em princípio arranjou um sítio, um hotel, para eu poder ficar confinado durante um certo período para tratamento. Portanto, em princípio, hoje estarei num dos hotéis da capital.

DW África: É verdade que alguns membros do seu Governo testaram positivo?

NGN: É verdade, confirma-se. Alguns membros do Governo estão infetados e também vão ser submetidos a tratamento. Estão estáveis, aqueles que estão infetados, estão num estado normal. E como estamos a tratar de uma doença que abalou o mundo, estamos no campo de batalha, estamos sujeitos a ser infetados. O fundamental aqui agora é a ponderação e o tratamento.

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DW África: Todos eles também vão para essa unidade hoteleira?

NGN: Em princípio, não só membros do Governo - todos os cidadãos infetados devem ser encaminhados para algumas unidades hoteleiras do país. É uma coisa que abrange todo o mundo que está nestas condições.

DW África: Já estão a tomar medidas para dirigir o país a partir de um confinamento dessa situação?

NGN: Já. As diligências estão a ser tomadas a nível da Presidência do Conselho de Ministros. Estão a criar as condições onde eu vou estar, para, a partir de lá [unidade hoteleira], poder dirigir os trabalhos do dia a dia do Governo.

DW África: Quer tranquilizar o povo da Guiné-Bissau? Como está realmente a situação no país e a sua própria situação?

NGN: Como primeiro-ministro, quero dizer à população que estou estável. Fui infetado com esta doença, com a Covid-19, mas estou num estado perfeitamente normal, estou a evoluir bem, estou a ser submetido ao tratamento, não há nada de alarmismos nessa situação. Quero dizer à população que, de facto, esta doença existe e é grave. É bom que, de facto, a população siga as orientações das autoridades, especialmente do Ministério da Saúde, para evitar que esta doença se propague de uma forma alarmante. Portanto, temos que cuidar, temos que respeitar as instruções dadas pelas autoridades, porque, se não respeitarmos, vamos criar condições para que a doença se alastre para todo o país, e isso vai ser muito complicado. Mas, até aqui, o Governo tem feito um bom trabalho no sentido de controlar e estancar a doença com os meios limitados que temos. O que nós estamos aqui a dizer é para acalmar as pessoas e pedir que todo o mundo engaje neste processo.

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