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Novos ataques do Boko Haram ocupam as páginas da imprensa alemã

Marcio Pessôa23 de maio de 2014

Além da impotência do governo em combater os extremistas, o clima de medo na Nigéria é destaque nos jornais da Alemanha. A nova onda insurgente no Mali também foi coberta.

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Foto: Fotolia

O Frankfurter Allgemeine Zeitung destacou na semana a violência sem fim do Boko Haram na Nigéria. “Com um ataque resultando em mais de 100 mortos, o presidente Goodluck Jonathan anuncia a formação de uma força multinacional”, escreve o periódico.

O texto lembra a explosão da bomba em Jos na última quarta-feira (21/5). A cidade se localiza no Nordeste do país, região de Chibok, onde houve também o sequestro das quase 300 estudantes.

A matéria também descreve as reações da comunidade cristã e do próprio governo nigeriano às recentes ações do Boko Haram.

Líder do Boko Haram, Abubakar Shekau
Líder do Boko Haram, Abubakar ShekauFoto: picture alliance/AP Photo

Odiadas no norte da Nigéria, as lideranças cristãs classificaram o ataque em Jos como brutal, fruto de maldade e uma afronta à liberdade das pessoas.

O governo de Goodluck Jonathan, conforme a reportagem, ainda está determinado a vencer o que chama de “guerra contra o terrorismo” em meio ao crescente ressentimento da população.

Também é destaque o ambiente de incerteza da sociedade nigeriana diante de um governo que parece ser incapaz de resolver o problema.

Outro jornal que dedicou bastante espaço à crise provocada pelo Boko Haram foi o Berliner Zeitung. A matéria intitulada “Impotência contra o Boko Haram”, de Johannes Dietrich, caracteriza o exército nigeriano como mal equipado e desmotivado. “Os soldados não querem nem podem obstruir as ações dos radicais”, sentencia o texto.

Nova onda

Die tageszeitung cobriu a retomada da investida tuaregue no Mali. As tropas do governo bateram em retirada e tiveram pesadas baixas na região de Kidal e outras áreas do Norte do país. As forças internacionais não realizaram intervenções, o que provocou protestos na capital Bamako.

“Os rebeldes tuaregues tiveram a sua maior vitória desde a proclamação do Estado Azawad, no norte do Mali, há dois anos, assumindo o controle completo de Kidal, na última quarta-feira”, escreve o jornal.

Conforme os números da reportagem, 500 rebeldes tomaram o quartel general, matando 40 soldados do exército do Mali e mantendo 70 prisioneiros.

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Rebeldes do Movimento pela Libertação do AzawadFoto: picture-alliance/AP

Outro jornal que abordou temas relacionados a conflitos em África foi Die Welt. A matéria “No estrangulamento da guerra santa”, assinada por Nicole Nacheroux-Denault, sugere que os ataques terroristas tem amedrontado os turistas no Quênia e que a polícia tem reagido de forma contundente contra os muçulmanos no país.

Continente da esperança?

O Berliner Zeitung publicou a matéria de Thomas Schmid, intitulada “Dar uma chance à África”. O texto concorda com uma parte do plano de estratégias do governo alemão para o continente.

O documento destaca que “África está a despertar”. No que se refere ao crescimento econômico, África deixou todos os outros continentes para trás.

O Produto Interno Bruto cresceu na maioria dos países da África subsaariana entre 5 e 10 por cento. A matéria também cita os recursos minerais do continente – petróleo, diamantes, cobalto e bauxita. “É o continente das futuras oportunidades”, escreve o jornal.

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"Futuras oportunidades": oleodutos em AngolaFoto: DW/R. Krieger

Algumas horas após o lançamento do plano estratégico, no entanto, uma bomba explodiu na Nigéria, matando 118 pessoas. O texto destaca também a situação no Sudão do Sul, na República Centro-Africana e na República Democrática do Congo, citando conflitos étnicos.

Conforme a matéria, a Europa tem o interesse na estabilização da região, mas os processos de reconciliação devem emergir de dentro dos países.

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