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Novo líder do MpD traz lufada de ar fresco ao partido

dos Santos, Nélio15 de julho de 2013

Ulisses Correia e Silva é o novo presidente do Movimento para a Democracia (MpD). Correia e Silva assumiu a liderança do partido da oposição com um discurso de inovação e com os olhos postos nas legislativas de 2016.

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Com 51 anos, natural da Cidade da Praia, José Ulisses de Pina Correia e Silva formou-se em Economia pelo Instituto Superior de Economia da Universidade Técnica de Lisboa, tendo já sido ministro das Finanças do último Governo do MpD, partido de que foi também líder parlamentar e seu vice-presidente.

O atual presidente da Câmara Municipal da Praia é um homem "metódico", diz o amigo e antigo primeiro-ministro Gualberto do Rosário, que enquanto ministro da Coordenação Económica trabalhou durante muitos anos com Ulisses Correia e Silva.

"É um quadro do partido bem formado, com grandes qualidades humanas, muito metódico em termos de organização do trabalho e com uma boa capacidade de diálogo", comenta. O político elogia ainda a serenidade de Correia e Silva e o facto de ser um homem "com uma visão".

Homem de "fibra"

Foi essa mesma visão que levou Carlos Veiga, seu antecessor, a considerar Ulisses Correia e Silva o homem certo para presidir o MpD neste momento.

"Estou absolutamente convicto de que o MpD está em boas mãos", disse Veiga. "O seu percurso político e as qualidades pessoais de liderança, capacidade de trabalho, honestidade e probidade fazem dele um líder de líderes".

Patrice Trovoada, antigo primeiro-ministro são-tomense e presidente da ADI de São Tomé e Príncipe, louva ainda a "fibra" de Correia e Silva: "O Dr. Ulisses Correia e Silva é feito dessa mesma fibra dos grandes políticos."

Linhas de liderança

Este fim de semana, durante a 10ª Convenção Nacional do MpD, Correia e Silva prometeu fazer uma oposição forte ao atual Governo, chefiado há 13 anos por José Maria Neves. O novo presidente do MpD prometeu também "um partido muito bem organizado, em contacto e em sintonia com a sociedade."

Correia e Silva assegurou ainda: "Cabo Verde em primeiro lugar. Cabo Verde em segundo lugar. Cabo Verde em terceiro lugar. Esta é a razão da nossa existência."

Mudanças no partido

Ulisses Correia e Silva apresenta uma equipa rejuvenescida, relegando, de certa forma, para um papel de segundo plano a velha guarda do partido.

Tem como vice-presidentes o atual líder parlamentar, Fernando Elísio Freire, a deputada e jurista, Janine Lélis, o administrador da Universidade Jean Piaget de Cabo Verde, Luís Filipe Tavares, e o antigo Governador do Banco Central, Olavo Correia.

Uma das novidades que Correia e Silva impôs é que, doravante, nenhum membro da cúpula do partido ou da Comissão Política pode ser nomeado para o Conselho de Administração dos institutos ou empresas públicas.

"Inovamos com a introdução de um conjunto de incompatibilidades", disse o novo líder do MpD. O objetivo é credibilizar a classe política cabo-verdiana: "Temos a responsabilidade de credibilizar a classe política. A credibilização faz-se com verdade, debates, competição, compromissos, com uma relação responsável dos políticos com os cidadãos."

Diálogo "em pé de igualdade"

Olhando já para as eleições legislativas de 2016, Ulisses Correia e Silva prometeu que, se o MpD for Governo, vai colocar o país na lista dos 10 pequenos Estados insulares melhor classificados no Índice de Desenvolvimento Humano.

"Nós precisamos de termos de comparação que motivem o país a desenvolver-se mais", disse. "Não queremos ser os melhores entre aqueles que estão em dificuldade. Queremos ser os melhores entre aqueles que são dinâmicos, que se desenvolvem e que servem de motivação para nós também nos desenvolvermos."

Ulisses Correia e Silva estendeu a mão ao Governo para concertações e disse que o MpD está disponível para se sentar à mesa e discutir compromissos. O líder do partido da oposição impõe, no entanto, uma condição: que o diálogo seja feito "em pé de igualdade".

Ulisses Correia e Silva é o sexto presidente do MpD, que, além de Carlos Veiga, também já foi dirigido por Gualberto do Rosário, Filomena Delgado, Agostinho Lopes e Jorge Santos.