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Direitos HumanosEstados Unidos

Novas provas envolveriam FBI e polícia na morte de Malcom X

Reuters | AFP
22 de fevereiro de 2021

Considerado ao lado de Martin Luther King Jr. como um dos afro-americanos mais influentes da história, Malcolm X foi assassinado há 56 anos. Família do ativista alega ter novas provas e pede para que caso seja reaberto.

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AP Iconic Images Martin Luther King mit Malcolm X
Martin Luther King (esq.) com Malcom X (dir.)Foto: AP

As filhas do proeminente ativista negro Malcolm X apelaram para reabrir a investigação do seu assassinato à luz de novos testemunhos que implicam a polícia de Nova Iorque e o FBI.

"Qualquer prova que proporcione uma maior compreensão da verdade por trás dessa terrível tragédia deve ser minuciosamente investigada", disse Ilyasah Shabazz, uma das seis filhas de Malcolm X, durante uma conferência de imprensa.

Considerado ao lado de Martin Luther King Jr. como um dos afro-americanos mais influentes da história, Malcolm X foi um defensor muçulmano declarado dos direitos dos negros, embora os críticos tenham dito que ele pregava o racismo e a violência.

Foi abatido a tiros durante uma aparição em público em Nova Iorque, em fevereiro de 1965.

Quando contactado no domingo pela agência AFP, um porta-voz do procurador distrital de Manhattan disse que a "revisão" do caso por parte do gabinete é "ativa e contínua".

Novas provas

Durante a conferência de imprensa, foi lida uma carta escrita pelo antigo agente da polícia de Nova Iorque Raymond Wood, agora falecido, na qual acusava a polícia de Nova Iorque e o FBI de serem cúmplices do assassinato.

Segundo o seu primo, Wood, que era negro e trabalhava como agente infiltrado, alegou ter-se aproximado da comitiva de Malcolm X sob ordens dos seus superiores. Wood disse ter sido responsável pela detenção de dois dos guarda-costas do ativista.

A 21 de fevereiro de 1965 - há 65 anos atrás - El-Hajj Malik El-Shabazz, o nome muçulmano de Malcolm X, sem os dois guarda-costas, foi morto a tiros por três homens armados quando se preparava para fazer um discurso no Audubon Ballroom, um teatro no Harlem, no norte de Manhattan.

Três homens foram condenados à prisão perpétua pelo crime – um morreu em 2009 e os outros dois estão em liberdade condicional.

Desejo do polícia

Wood, que só quis que o seu testemunho se tornasse público após a sua morte, sustentou que o Departamento de Polícia de Nova Iorque e o FBI mantiveram certos aspetos do caso em segredo.

Em fevereiro de 2020, após a libertação da Netflix das docuseries "Who Killed Malcolm X?", o procurador distrital de Manhattan, Cyrus Vance, pediu às suas equipas que analisassem o caso para determinar se a investigação deveria ou não ser reaberta.

Quando contatada no domingo pela AFP, a polícia de Nova Iorque disse que tinha divulgado "todos os registos disponíveis relevantes para esse caso" ao gabinete do procurador.

A polícia de Nova Iorque "continua empenhada em ajudar de alguma forma nessa revisão", disse um porta-voz. O escritório do FBI em Nova Iorque não respondeu ao pedido de comentários da AFP.

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