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Moçambique: RENAMO "afinada" para a corrida eleitoral

Leonel Matias (Maputo)
10 de junho de 2019

Em Moçambique, a RENAMO submeteu esta segunda-feira (10.06) à Comissão Nacional de Eleições (CNE) a sua inscrição para participar nas eleições de 15 de outubro. E diz entrar com "muita confiança" na corrida eleitoral.

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Foto: Getty Images/G. Guercia

 A Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) submeteu oficialmente esta segunda-feira a sua inscrição para participar nas eleições gerais de 15 de outubro. E o maior partido da oposição de Moçambique afirma estar confiante na vitória nestas que serão as primeiras eleições sem o antigo líder do partido, Afonso Dlakhama, que morreu a 3 de maio do ano passado, depois de ter dirigido a RENAMO durante cerca de três décadas.

É o que diz o mandatário da RENAMO, Venâncio Mondlane, que afirma que a máquina do partido está "afinada" para entrar na corrida eleitoral e expectante quanto ao início da campanha. "Entramos com muita confiança, com uma força anímica ainda reforçada em função do trabalho politico que vemos desenvolvendo, sobretudo logo depois das eleições autárquicas".

Moçambique: RENAMO "afinada" para a corrida eleitoral

Uma das novidades das próximas eleições é que o governador provincial deixa de ser nomeado pelo Presidente da República, passando a ser o cabeça de lista do partido vencedor a nível local.

Entretanto, Venâncio Mondlane disse que a RENAMO está preparada para abraçar este modelo de descentralização. "A RENAMO preparou-se para esta luta em função daquilo que é a implantação do partido a nível territorial. Estamos preparados porque é justamente este novo modelo que o partido tanto lutou para que fosse concretizado", disse.

Preparação contra fraude eleitoral

O mandatário da RENAMO indicou que, para evitar a fraude eleitoral, o partido está a realizar uma série de atividades que têm a ver com a reestruturação das bases a nível nacional, o reforço das delegações políticas até a nível local.

Segundo o mandatário do maior partido da oposição de Moçambique, "nós temos um programa de formação para aqueles que serão os nossos delegados de candidatura e também temos um gabinete eleitoral que, neste momento, tem uma estratégia para a gestão da campanha, do dia da votação e também para a própria contagem paralela".

Estas são as primeiras eleições em que a Renamo vai participar sem o seu antigo líder, Afonso Dlakhama, que morreu em maio do ano passado, depois de ter dirigido o partido por quase três décadas.

RENAMO "não é a mesma coisa"

Para a chefe da bancada parlamentar da RENAMO, Ivone Soares, o partido, "sem Afonso Dhlakama, não é a mesma coisa”, porque tinha "uma retaguarda forte e segura".

Ivone Soares acrescentou, no entanto, em entrevista divulgada esta segunda-feira pelo semanário Dossier & Factos, que apesar da falta que Dhlakama faz, o principal partido da oposição realizou uma transição serena até à escolha do novo líder, Ossufo Momade e soube encontrar formas de se manter em pé.

Mosambik: Ossufo Momade, Chef der größten Oppositionspartei RENAMO
Ossufo Momade, presidente da RENAMOFoto: Getty Images/A. Barbier

A líder parlamentar também descreveu Ossufo Momade como um conhecedor da RENAMO, que cresceu dentro do partido.

Candidatura à Presidência

A RENAMO vai submeter, dentro de dias, a candidatura de Ossufo Momade às presidenciais. Segundo o porta voz do partido, José Manteigas. "Será o início da pré-campanha. A partir do momento que nós fizermos o depósito da candidatura do Presidente a campanha vai arrancar na sua máxima força".

Ossufo Momade terá como um dos opositores diretos nas eleições presidenciais de Outubro próximo o atual chefe de Estado e presidente do partido FRELIMO, Filipe Nyusi.

Nyusi submeteu já a sua candidatura ao Conselho Constitucional na passada quinta-feira (06.06), e, desde então, tem-se desdobrado em visitas às províncias, encontros populares e na inauguração de diversas infraestruturas, afirmando estar confiante na vitória do seu partido nas eleições tanto presidenciais como legislativas e provinciais.

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