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Moçambique: Governo procura ajuda para enfrentar ciclones

Lusa | ni
25 de novembro de 2019

O Governo moçambicano está a mexer-se a nível externo para conseguir 17 milhões de euros de ajuda financeira para enfrentar calamidades naturais. O valor corresponde ao défice orçamental das autoridades moçambicanas.

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Mosambik | MSN in Buzi
Distrito de Buzi, província central de Sofala, afetado pelo ciclone Idai em março de 2019Foto: MSF/Pablo Garrigos

Maputo iniciou contactos diplomáticos nesta segunda-feira (25.11.), anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, José Pacheco.

Devido à "insuficiência de recursos, solicitamos aos nossos parceiros, para, em conjunto, avaliarmos as melhores vias para a superação deste défice orçamental apresentado no nosso plano de contingência 2019-2020", justificou Pacheco.

José Pacheco falava durante um encontro com representantes do corpo diplomático acreditado em Maputo, aos quais deu a conhecer as necessidades do plano de contingência para a época chuvosa e ciclónica, que vai de novembro a abril.

Défice do Governo

O plano, que foi aprovado em conselho de ministros, em 22 de outubro, está orçado em 2,1 mil milhões de meticais (cerca de 30 milhões de euros), dos quais estão apenas assegurados cerca de 850 milhões de meticais (12,1 milhões de euros), acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação.

ONU mobiliza apoio urgente para vítimas do ciclone Kenneth

O documento estima que 1,6 milhões de pessoas possam ser afetadas por calamidades naturais. Do valor já assegurado, 300 milhões de meticais (4,29 milhões de euros) são resultantes de contribuições do Governo moçambicano e 540 milhões de meticais (7,7 milhões de euros) do Banco Mundial.

"Isto ilustra que estamos perante um défice de 1,2 mil milhões de meticais (17,1 milhões de euros) para a operacionalização integral", afirmou José Pacheco.

Ações externas para mobilização de fundos

O Executivo moçambicano vai fazer esforços diplomáticos, a nível regional e internacional, para a mobilização de recursos, visando responder aos desafios desta época chuvosa e à normalização da vida das pessoas afetadas pelos ciclones Idai e Kenneth, que este ano afetaram o centro e norte do país respetivamente, bem como pela seca.

Dados apresentados nesta segunda-feira (25.11.), durante o encontro com a comunidade diplomática, pela diretora-geral do Instituto Nacional de Gestação de Calamidades (INGC), Augusta Maíta, referem que 714 pessoas morreram durante a época chuvosa 2018/2019, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth.

Entre novembro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Oceano Índico e por cheias, fenómeno justificado pela sua localização geográfica, a jusante da maioria das bacias hidrográficas da África Austral.