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Moçambique ameaçado por onda de greves

silva, romeu22 de fevereiro de 2013

Em Moçambique os funcionários públicos estão descontentes com os salários. Os enfermeiros ameaçaram entrar em greve, após a greve dos médicos. Também os ex-agentes já se amotinaram para reivindicações.

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A polícia, os professores e os enfermeiros, são os grupos que mais se queixam. Aquando da greve dos médicos, em Janeiro passado, os enfermeiros chegaram a ameaçar paralisar as atividades. A intervenção Governo, que prometeu ajustar o salários, travou ana altura a greve.

A partir daí, alguns funcionários do Estado sugeriam que todos os salários deviam ser revistos, para evitar-se uma greve generalizada.

Os enfermeiros, em particular, até já elaboraram a proposta de tabela de salários e foi encaminhada para o Ministério das Finanças, mas não foram avançados números.

Na quinta Reunião Nacional de Enfermagem, realizada em Maputo esta semana, a porta-voz do encontro, Rita Mucache, relata a quantas anda o processo: "Temos já trabalho muito com a função pública e recursos humanos, com vista a ter-se uma tabela diferenciada dos salários de todos os funcionários de saúde."

Processo segue lento

Mas até agora o probelma do aumento salarial não foi resolvido, diz Rita Mucache: "A tabela já foi elaborada e está neste momento a ser encaminhada para o Ministério das Finanças para ser aprovada."

A grande expectativa incide sobre a possibilidade de aumento salarial no próximo mês de abril para todos os funcionários do aparelho de Estado.

No que se refere aos enfermeiros as exigências não se ficam apenas no aspecto salarial, mas há avanços garante Rita Mucache: "Estão a ser desenvolvidas muitas actividades com vista a melhorar a situação dos nossos funcionários. Desde o alojamento, melhorias nas condições de trabalho, aumento em termos de recursos humanos."

Além de salários, os enfermeiros têm se queixado de más condições de trabalho, facto reconhecido pela vice-ministra da saúde.

Governo também têm exigências

Nazira Abdula garantiu que esta preocupação constitui uma aposta da instituição, mas exigiu profissionalismo aos enfermeiros: "Essa melhoria deve ser consubstanciada com o espírito de profissionalismo que tem que ser permanentemente cultivado pelos profissionais de enfermagem e da saúde no geral."

Apesar disso a vice-Ministra reconhece: "Ressentimo-nos com a problemática das condições de trabalho."

Agentes secretos faz acusações

Além do descontentamento dos enfermeiros, esta semana saíram à rua os ex-agentes dos serviços secretos de Moçambique, que exigem o aumento da sua pensão de cerca de 33 euros para 275 euros.

Adolfo Beira, porta voz do grupo considera a pensão irrisória e insignificante e exemplifica: "Mesmo eu solteiro, sem mulher, sem filho, o que são 1500 mt (33 euros) para o custo de vida atual? O Conselho de Ministros já decretou o que deve ser uma pensão mínima para este grupo, só que os invejosos não querem aplicar."

O porta voz do grupo disse que os agentes secretos foram ilegalmente disvinculados, o que descorda, por considerar que nenhum agente dos Serviços Secretos deve ser desligado da instituição e explica porque: "Na verdade nenhum agente da segurança de Estado é desmobilizado por ser detentor de muitos segredos dos Estado. Tiraram-nos para multiplicar maldades nesta sociedade."

Os salários dos funcionários do nível médio em Moçambique rondam os 100 euros, enquanto os de nível superior estão nos 400 euros se forem incluídos alguns subsídios.

Autor: Romeu da Silva (Maputo)
Edição: Nádia Issufo / Helena Ferro de Gouveia