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Moçambique na cauda do Índice Desenvolvimento Humano

Manuel Ribeiro 14 de dezembro de 2015

Novo relatório do PNUD coloca Moçambique na posição 180 do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Cabo-Verde, STP estão acima da média. Angola está próximo de atingir o índice de desenvolvimento médio.

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Uma escola primária na província da Zambézia, MoçambiqueFoto: DW/M. Mueia

De todos os países lusófonos analisados o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em Moçambique é de 0,41 por cento apesar de ter registado uma franca melhoria desde as últimas duas décadas. Moçambique está na posição 180 num conjunto de 188 países analisados.

A DW África entrevistou o economista do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Manuel Filipe, que a partir de Maputo disse que "os índices no geral, de todos os países, incluindo Moçambique, representam um desempenho de longo prazo. Para o caso de Moçambique é o desenrolar de situações como anos de vida, anos de escolaridade, rendimento per capita. E Moçambique tem estado a crescer nessa dimensão, o Índice cresceu 75% desde 1980."

Comparativamente a Angola, que ocupa a posição número 149 no ranking dos países com baixo desenvolvimento humano, ambos passaram por períodos de conflito. No entanto Moçambique parte de uma base diferente.

Manuel Filipe fundamenta: “Se comparamos Angola e Moçambique, apesar de Angola ter saído de uma guerra e ter um índice de população adulta com uma média de educação muito baixa, os outros índices eram muito altos, a renda per capita era muito alta, o acesso inicial das crianças à educação foi relativamente mais fácil de recuperar, mas no caso de Moçambique, quando começou, o índice per capita era muito baixo."

Fatores a ter em conta na avaliação
Cabo Verde, Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe estão acima da média da África Subsaariana. A região conheceu “a mais rápida taxa de crescimento anual no IDH, crescendo a um ritmo anual de 1.7% entre 2000 e 2010.

A Guiné-Bissau aparece na posição 178 e cerca de 58,4 por cento da população vive em situação de pobreza extrema, ainda segundo o relatório.

O economista do PNUD alerta que é preciso analisar o Índice de Desenvolvimento Humano de um país tendo em conta a sua história, e o seu ponto de partida: “Quando olhamos para o ranking dos países, o IDH é melhor analisado quando se olha para um país através da sua história, ao invés de se olhar dois países diferentes. Cabo Verde é um país com índices sólidos nas várias vertentes do desenvolvimento humano e estão de parabéns por isso. E os fatores que o fazem lá estar [boa posição no IDH] tem a ver com a maneira como eles lidam internamente com a gestão do aspeto do desenvolvimento humano e também pelo facto de terem a oportunidade de se organizarem já desde o início para este efeito."

Angola Landwirtschaft Kwanza Sul
Crianças do Kwanza Sul regressando da escola com as respetivas cadeiras, AngolaFoto: Jörg Böthling/Brot für die Welt

África tem de se dedicar mais
Depois de apresentado o Relatório de Desenvolvimento Humano 2015, o diretor do PNUD para a Africa, Abdoulaye Mar Dieye, defendeu que os países africanos devem esforçar-se em dar condições aos cidadãos promovendo o emprego e a integração social.

Manuel Filipe concorda e diz que "tem razão de ser, o relatório sobre emprego teve um impacto no desenvolvimento humano e o emprego, como nós sabemos, é um elemento fundamental no desenvolvimento humano, porque gera riqueza."

Segundo o economista, o IDH leva tempo a evoluir e pode levar décadas a obter resultados satisfatórios. Situações adversas como catástrofes naturais podem atrasar o desenvolvimento humano.

De acordo com Manuel Filipe, "os índices são efeitos de longo prazo, não são imediatos, são capazes de levar algumas gerações para que os elementos mais baixos sejam radicalmente eliminados."

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Guinea-Bissau Markt Taxi Frauen
Mulheres guineenses numa paragem de táxi em BissauFoto: DW/B. Darame
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