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Moçambique: Ossufo Momade defende "compromisso coletivo"

Lusa
29 de setembro de 2024

O candidato Ossufo Momade, líder da RENAMO, apontou, em Manica, a independência económica como um dos desafios, convidando a juventude a assumir o "compromisso coletivo" de travar "males que corroem o tecido social".

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Ossufo Momade, líder da RENAMO, em maio de 2024
Ossufo Momade: "Moçambique está cada vez mais empobrecido e as desigualdades sociais estão cada vez mais acentuadas"Foto: Marcelino Mueia/DW

"Cerca de 50 anos de governação de um partido único [FRELIMO] e Moçambique está cada vez mais empobrecido e as desigualdades sociais estão cada vez mais acentuadas", acusou Ossufo Momade, em declarações na aldeia de Xinhambuse, província de Manica, centro do país. 

O líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), partido que tal como há cinco anos volta a apoiar a sua candidatura presidencial nas eleições gerais de 9 de outubro, participou na cerimónia fúnebre de André Matade Matsangaísse, primeiro comandante e um dos fundadores daquela força, 45 anos após ter morrido em combate, na Gorogonsa, que se realizou este domingo (29.09) na aldeia de Xinhambuse, a sua terra natal.

Para o presidente da RENAMO, o país atravessa um período que desafia setores-chave, destacando, além das desigualdades sociais, as fragilidades da educação e saúde.

"O acesso à comida para a maioria das famílias moçambicanas é um problema diário", acrescentou o líder da oposição, acusando a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder, de ter "delapidado" o Estado desde a independência, em 1975.

Para Ossufo Momade, Moçambique precisa de uma juventude mais ativa face aos dilemas que o país enfrenta, apesar de ser "rico".

"É hora de mudar", frisou Ossufo Momade, avançando que as pessoas, sobretudo a juventude, precisam de um "compromisso coletivo". 

A partidarização do Estado , acrescentou o candidato, também deve ser travada, bem como o suposto nepotismo, que descreveu como um dos "grandes males que afetam" o país e travam a sua independência económica.

O líder do principal partido de oposição em Moçambique é um entre os quatro candidatos à Presidência de Moçambique, numa disputa que conta ainda com Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro partido representando no parlamento, e Venâncio Mondlane, ex-membro e ex-deputado da RENAMO, apoiado pelo Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), sem representação parlamentar.

Moçambique realiza em 09 de outubro as sétimas eleições presidenciais, às quais já não concorre o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite constitucional de dois mandatos, em simultâneo com as sétimas legislativas e quartas para assembleias e governadores provinciais.

Mais de 17 milhões de eleitores estão inscritos para votar, incluindo 333.839 recenseados no estrangeiro, segundo dados da Comissão Nacional de Eleições.

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