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Moçambique: Insatisfação com Tabela Salarial Única continua

25 de outubro de 2022

Agora o problema está no enquadramento de técnicos superiores. Professores universitários e Associação Médica de Moçambique apontam incongruências. Queixas após nova aprovação na semana passada não param por aí.

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Foto: DW/M. Sampaio

A aprovação da nova tabela salarial única, na semana passada, continua a agitar funcionários do Estado moçambicano, sobretudo professores universitários e a Associação Médica de Moçambique que apontaram incongruências.

É que, com o novo decreto aprovado pelo conselho de ministros, o técnico superior enquadra-se no nível 12 e o especialista no nível 16. Entretanto durante encontros de socialização, o combinado era que técnicos superiores fossem enquadrados nos níveis 16 a 18 e especialistas, de 19 a 21.

Em comunicado, a Associação Médica de Moçambique diz mesmo ter sido enganada. E os professores de outros níveis, como Zeca Mate, dizem não perceber os benefícios na prática.

"Acho que vamos continuar na mesma. A única coisa que aconteceu foi aquela mudança, mas na verdade vamos continuar na mesma. Porque para a pontuação que eu tive, o nível salarial que tenho caiu para o nível de bacharel. Então, isso acaba criando um pesadelo muito grande", relata.

Noutros setores do Estado, há igualmente queixas nos enquadramentos que não se vão traduzir em nada nas vidas dos funcionários públicos, diz Elisa Mawai.

"Porque é complicado. O custo de vida está muito em cima, muito elevado, e estamos a ter problemas de saúde por culpa do Governo. O Governo tem que fazer alguma coisa," apela.

Max Tonela
Max Tonela Foto: Roberto Paquete/DW

Salários aguardados

O salário ainda não caiu nas contas dos funcionários públicos, por isso Elisa Mawai diz que prefere esperar para refazer as suas contas: "Agora o que eu digo aos meus colegas é que não temos que andar a especular sobre o que vai acontecer. É melhor esperar para ver na conta o que vai acontecer. O Governo nos trouxe doença."

Também a polícia denunciou "alguns vícios" nesta nova tabela salarial única que, no entanto, foi suspensa e foi o próprio comandante geral da polícia a apresentar a queixa.

"Constatou-se a existência de alguns vícios naquilo que é a tabela policial e nós arrolamos os problemas e colocamos à nossa instância superior - que é o comandante chefe das Forças de Defesa e Segurança, o Presidente da República," disse.

Na semana passada, o ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, disse que os retroativos de julho a outubro já não serão pagos neste mês e garantiu que nas discussões com vários grupos de profissionais tudo foi socializado.

"Quando se faz a mexida de processos há falhas, há mexidas, há diferenças e etc", descreveu.

Questionado sobre se continuam ou não a haver incongruências, o ministro respondeu com um sonoro "não sei".

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