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Moçambique: Primeiro-ministro desmente esquadrões da morte

Leonel Matias (Maputo)
27 de outubro de 2016

Carlos Agostinho do Rosário afirmou no Parlamento que alegações sobre esquadrões da morte são “infundadas”. Também falou sobre o aumento do combustível e de concurso para auditoria independente à dívida pública.

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Primeiro-ministro de Moçambique, Carlos Agostinho do RosárioFoto: picture-alliance/dpa/A. Silva

O primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, negou a existência de alegados esquadrões da morte criados pelo Executivo para praticarem sequestros e assassinatos de membros e simpatizantes dos partidos de oposição no país. A declaração foi feita no Parlamento, em Maputo, quando Rosário respondia às perguntas dos deputados numa sessão que decorreu esta quarta (26.10) e quinta-feira (27.10).

Enquanto a bancada da FRELIMO se mostrou satisfeita com as respostas do Governo, a oposição afirmou estar decepcionada. Os partidos da oposição com assento parlamentar, a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), apresentaram listas de membros e simpatizantes seus que teriam sido raptados e assassinados por alegados esquadrões da morte, nos últimos meses.

Mosambik Maputo Parlament / Plenary session in Mozambik's Parliament
Parlamento moçambicano, em MaputoFoto: Leonel Matias

As listas incluiam não só a identidade das vítimas, assim como as datas e locais em que os alegados crimes tiveram lugar. O porta-voz da bancada da RENAMO, José Lopes, explica o "modus operandi” dos alegados esquadrões da morte.

"Não há uma atuação aleatória. Aqui há uma clara identificação e definição de pessoas a abater. Neste caso são os membros do partido RENAMO, os seus simpatizantes, assim como nos altos órgãos do Estado”, explicou Lopes.

Por seu turno, o porta-voz do MDM, Fernando Bismarque, considerou que o partido no poder, a FRELIMO, olha para os membros da oposição como inimigos e não como adversários. "Esta é uma prática recorrente de perseguição dos adversários políticos”.

Em resposta, o primeiro-ministro Carlos Agostinho do Rosário, negou as acusações. "Reiteramos o nosso distanciamento em torno das acusações sobre a criação de alegados esquadrões da morte e considero-as totalmente infundadas e desprovidas de qualquer sentido”, declarou o primeiro-ministro.

Aumento dos combustíveis

Mosambik Maputo - Mozambikanische Währung verliert an Wert
Foto: DW/R. da Silva

Um outro tema que dominou os debates foi o impacto do recente reajuste dos preços dos combustíveis. O primeiro-ministro disse que a decisão foi a única via que o Governo encontrou para assegurar que os preços do mercado interno cubram gradualmente os custos reais de importação e distribuição dos combustíveis.

O ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, explicou a propósito que, com vista a atenuar o impacto do reajuste do preço dos combustíveis, o Governo vai manter uma redução em 50% da taxa do gasóleo usada em áreas prioritárias, nomeadamente agricultura, pescas e energia.

Mesquita disse ainda que o Governo moçambicano vai continuar a compensar os transportes do serviço público urbano de passageiros devidamente registados e licenciados.

Desenvolvimento depende da paz

27.10.2016 Moçambique/Parlamento Frelimo-Renamo - MP3-Mono

Durante os debates no Parlamento, as três bancadas convergiram na necessidade da paz como fundamental para o desenvolvimento do país. Edmundo Galiza Matos Júnior, porta-voz da bancada da FRELIMO destacou o posicionamento do seu partido ao afirmar que "reiteramos a necessidade de termos um país em paz. Um país que caminhe sempre livre deste espectro das armas e com os partidos políticos a conformarem-se com o quadro legal e constitucional vigente no nosso país”, disse Matos Júnior.

A propósito, o primeiro-ministro Carlos Agostinho do Rosário apelou a todos os portadores de armas para que as entreguem aos seus legítimos depositários, as Forças de Defesa e Segurança.

Schiffe von EMATUM in Mosambik
EMATUM foi beneficiada por empréstimos contraídos com garantias do GovernoFoto: EMATUM

Concurso Na sua intervenção, Carlos Agostinho do Rosário deu igualmente a conhecer que o Governo lançará em breve um concurso para a contratação de um auditor internacional independente aos empréstimos contraídos com garantias do Governo pelas empresas EMATUM, Proíndicus e Moçambique Asset Management.

Disse ainda que estão em curso contatos com os parceiros internacionais e que criam condições para o início das negociações nos próximos meses para a assistência a Moçambique por parte do FMI.  

 

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